Geral morte
Morre Anderson Molejão, aos 51 anos
Vocalista do Grupo Molejo estava internado para tratar de um câncer na região inguinal
27/04/2024 06h49
Por: Carlos ball Fonte: em

Pouca gente conhecia o Anderson Leonardo. Bastava dizer, no entanto, que se tratava de Anderson Molejão, grande parte das pessoas que viveram a juventude na década de 1990 reconhecia o vocalista do grupo de pagode Molejo, morto nesta sexta-feira (26/4), em decorrência de câncer na região inguinal, que se desenvolve no pênis e no ânus, e pode estar associado à infecção por HPV. A informação foi confirmada pela assessoria do cantor e também pelo perfil do Molejo nas redes sociais.

Anderson foi diagnosticado em 2022 e estava internado desde o início de março para tratamento. Na última segunda-feira, precisou ser encaminhado para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Unimed-Rio e teve piora no quadro ao longo da semana. De acordo com o último boletim médico do cantor, divulgado na manhã desta sexta, o estado do pagodeiro era delicado e “considerado gravíssimo”.

"Nosso guerreiro ANDERSON LEONARDO lutou bravamente, mas infelizmente foi vencido pelo câncer, mas será sempre lembrado por toda família, amigos e sua imensa legião de fãs, por sua genialidade, força e pelo amor aos palcos e ao MOLEJO. Sua presença e alegria era uma luz que iluminava a vida de todos ao seu redor, e sua falta será profundamente sentida e jamais esquecida, nós te amamos", publicou o perfil oficial do Molejo no Instagram.

Filho de Bira Haway – técnico de som que trabalhou com, entre outros, Jamelão, Elza Soares, Fagner, Alcione, Fafá de Belém, Novos Baianos e Belchior –, Anderson foi criado em ambiente musical. Ainda na infância, conheceu André Silva, o Andrezinho, com quem mais tarde formaria o Molejo.

E, aos 13 anos, cantou com Roberto Carlos em um especial que reuniu Almir Guineto, Sereno, do Fundo de Quintal, Jovelina Pérola Negra, Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz.

 

Em meados da década de 1980, Anderson fundou o Molejo sob orientação e produção de Bira. Além dele e de Andrezinho, tocavam na banda Claumirzinho (pandeiro e vocal), Lúcio Nascimento (percussão e vocal), Robson Calazans (percussão e vocal) e Jimmy Batera (bateria).

 

A projeção nacional do Molejo, contudo, só chegou no início dos anos 1990, com o disco “Grupo Molejo” (1993). Sucesso comercial da época – com faixas que caíram no gosto do público, como "Caçamba", "Doidinha por meu samba", "Pensamento verde" e "Brincando de samba de roda” –, o álbum recebeu a certificação Disco de Ouro, concedido pela antiga Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD) aos artistas que vendiam, no mínimo, 100 mil cópias.

 

BRINCADEIRA DE CRIANÇA

 

O volume dois do “Grupo Molejo” saiu em 1995 e também fez barulho. Vendeu 250 mil cópias, rendendo a classificação Disco de Platina pela ABPD. Na sequência, vieram “Não quero saber de Tititi” (1996), que traz o hit “Cilada”; e “Brincadeira de criança” (1997), mais conhecido trabalho do grupo.