Meio Ambiente perigo
Barragens de Minas 'não aguentariam chuvas do RS' e viram preocupação
Estado possui 350 barragens – sendo o estado com o maior número no Brasil – distribuídas em 53 municípios. Dessas, 38 apresentam maior risco geológico
17/05/2024 06h41
Por: Carlos ball Fonte: em

“Vocês conseguem imaginar o tamanho do desastre que aconteceria em Minas Gerais se as chuvas do Rio Grande do Sul acontecessem aqui?” Assim começou o depoimento de Julio Cesar Dutra Castro, vice-presidente do Fórum Permanente do São Francisco, durante a Comissão de Meio Ambiente e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Os deputados convocaram uma audiência pública para debater a prevenção de desastres, considerando a tragédia que assolou o Sul do Brasil.

Atualmente, Minas Gerais possui 350 barragens – sendo o estado com o maior número no Brasil – distribuídas em 53 municípios. Destas, 38 foram construídas pelo método à montante, que apresenta maior risco e precisam ser desativadas. Três permanecem no nível máximo de emergência.

“São mais de 300 barragens em Minas. Nós não aguentaríamos as chuvas do Rio Grande do Sul. Uma barragem de rejeitos, não qualquer uma. É coisa séria. Falta uma legislação preparada para isso. Estamos entregando um prato cheio para a tragédia”, continuou Castro, que iniciou seu depoimento às 15 horas desta quinta-feira (16/5), após ouvir por cerca de 4 horas os depoimentos de secretários do governo Romeu Zema (Novo) e da Defesa Civil de Minas Gerais.

 

Estavam presentes membros da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad); da Subsecretaria de Direitos Humanos; e da Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Qualidade do Gasto. Em suas falas, os secretários deixaram claro que, até o momento, as mineradoras estão cumprindo a legislação atual por meio da Lei 23.291, que institui a política estadual de segurança de barragens. “O que a gente observa é uma melhora, existe mais informação. Nós queríamos que fosse mais claro, mas desde a política de segurança, existe uma transparência”, garantiu Roberto Junior Gomes, analista ambiental da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).