Geral misterio
A estranha morte da mulher que caiu da escada em Belo Horizonte
Em 1933, uma síncope fez com que Eugenia Sant’Anna rolasse degraus abaixo. A reportagem do EM foi atrás do viúvo para tentar entender o que aconteceu
09/06/2024 07h52
Por: Carlos ball Fonte: em

Em 1º de novembro de 1933, as páginas do Estado de Minas trouxeram a intrigante e triste história de Eugenia Sant’Anna. Mais conhecida como Goiana, a jovem, de 22 anos, havia morrido em decorrência da queda da escada da casa onde vivia. O caso, diga-se de passagem muito mal contado pelos envolvidos, instigou a reportagem do EM, que saiu pelas ruas à procura do viúvo de Goiana, um homem chamado José de Abramo e conhecido como “Lulu”.

O Arquivo EM desta semana traz um pedaço dessa história, que decorreu em uma época em que a capital mineira não tinha completado ainda 40 anos de existência. As pesquisas têm como base o acervo de 96 anos de páginas impressas da Gerência de Documentação (Gedoc), em Belo Horizonte.

“Caiu de uma escada – esclarecendo a morte de Goiana”, dizia a manchete daquele dia, sobre o fim da pobre mulher, que havia sucumbido dois dias antes. A história era que, após sofrer uma “síncope” ao ver o companheiro chegar de viagem, Eugenia caiu rolando pelas escadas da residência da Rua Diamantina, 401, no Bairro da Lagoinha, no sábado anterior. 

Foi levada pelo companheiro ao médico, o doutor Mello Alvarenga – mais tarde, um dos fundadores da Escola de Enfermagem da UFMG. Mas o médico não detectou nada diferente e mandou Goiana para casa. Ainda suspeitando de que podiam haver lesões internas, Lulu mandou chamar o doutor Alfredo Balena – que hoje dá nome a uma das principais avenidas da Região dos Hospitais, em BH –, que confirmou o diagnóstico do colega: estava tudo bem. Mas não estava, e Goiana morreu três dias depois.