Polícia indiciado
Quem é o megaempresário do agro indiciado por homicídio culposo pela morte de piloto em Minas?
Inácio Carlos Urban, presidente do Grupo Farroupilha, foi indiciado por homicídio culposo após acidente que matou piloto de avião.
14/06/2024 07h23
Por: Carlos ball Fonte: jpagora

Inácio Carlos Urban, presidente e fundador do Grupo Farroupilha, foi indiciado por homicídio culposo devido à morte do piloto Rodrigo Carlos Pereira, de 39 anos, em um acidente aéreo ocorrido em 7 de fevereiro de 2020, na Fazenda São Francisco, Coromandel, Minas Gerais. Urban, dono de mais de 20 mil hectares de terras e diversas fazendas no estado, é natural de Não-Me-Toque, Rio Grande do Sul, e lidera o grupo agroindustrial com sede em Patos de Minas, fundado em 1976.

O indiciamento de Urban, ocorrido em abril deste ano, também incluiu Rogério Dalla Santa, mecânico que realizou a manutenção na aeronave. Segundo a Polícia Civil, Dalla não possuía habilitação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e usou peças não originais no reparo do avião, que apresentou defeitos graves, como superaquecimento e vazamento de óleo. O acidente ocorreu no primeiro voo após os reparos, com a aeronave caindo dez minutos após a decolagem.

O Grupo Farroupilha, além da produção de café, atua na industrialização e comercialização de milho, soja, feijão, trigo e algodão, empregando mais de 1.000 colaboradores durante as safras. Urban adquiriu a Fazenda Rio Brilhante em 1984, tornando-a uma das cinco marcas de café do grupo exportadas para mais de 30 países. A empresa também explora a pecuária de corte e possui um laboratório para produção e análise de sementes.

Segundo o inquérito policial, Urban contratou Dalla para prestar serviços de manutenção clandestinamente. O documento destaca que o avião apresentava defeitos crônicos, incluindo problemas nas bombas de combustível, contribuindo para o acidente fatal. Rodrigo Carlos Pereira, descrito como um piloto experiente, chegou a ser resgatado com vida, mas faleceu a caminho do pronto-socorro. Ele deixou uma esposa e dois filhos pequenos.

O departamento jurídico do Grupo Farroupilha alegou que a queda ocorreu devido à falta de combustível, atribuindo a responsabilidade ao piloto. Urban é acusado de negligência ao não contratar um mecânico habilitado e ao permitir que o piloto operasse a aeronave em condições inseguras. A defesa de Rogério Dalla Santa não foi localizada para comentários.