Câmeras registraram a perseguição do Porsche sobre a moto: Kaique olhou para trás quando notou o carro se aproximando com potência. Uma imagem inédita mostra o momento exato do choque (veja no vídeo acima).
Os dois se desentenderam às 1h18 da última segunda-feira (29). Eles estavam na Avenida Interlagos quando Kaique chutou o retrovisor do carro de Igor.
A velocidade máxima permitida para a via é de 50 km/h.
"Eu não vi nenhum momento ele [Igor] procurar saber onde estava o motoqueiro, como estava o motoqueiro. Ele tava se importando mais com o carro dele", conta Gustavo. "Perguntei pra ele: você matou o cara por causa de um retrovisor? E ele falou que foi uma fechada".
À polícia, o motorista do Porsche deu uma versão do acidente na qual ele teria buzinado para o motociclista parar, pois queria conversar sobre o retrovisor quebrado - e que o motociclista não teria parado.
Igor fez o teste do bafômetro após o acidente. O resultado deu negativo para o consumo de álcool.
"Ele [Igor] fala que só houve um embate porque a moto se aproximou muito do veículo dele. Na verdade, é o contrário, foi ele que perseguiu e se aproximou da moto, batendo na traseira dela. E arrastou a moto e jogou contra o poste", afirma Edilzo Correia Lima, delegado da Polícia Civil de São Paulo. "Ou seja, ele assumiu o risco de produzir o resultado morte."
A prisão em flagrante de Igor foi convertida em preventiva. Segundo a juíza do caso, ele usou o carro como arma ao causar a morte de Kaique. O Ministério Público apresentou denúncia por homicídio triplamente qualificado: por motivo banal, cruel e não dar chance de defesa à vítima.