Geral pior dor
Jovem com a 'pior dor do mundo' revela que vizinho tentou estuprá-la há quatro anos: 'Me prendeu pelos braços'
Na última semana, Carolina Arruda decidiu contar em vídeo algumas violências sofridas antes do diagnóstico de neuralgia do trigêmeo. Decisão veio após entender que para tratar a dor física, primeiro era necessário tratar a dor psíquica.
07/08/2024 07h53
Por: Carlos ball Fonte: globo.com

Na última semana, Carolina Arruda, de 27 anos, decidiu contar sobre uma série de abusos, ameaças e agressões vividas antes de ser diagnosticada com a neuralgia do trigêmeo, considerada pela medicina como a doença com a "pior dor do mundo". As revelações foram feitas em vídeos publicados em rede social.

A decisão veio após entender que para tratar a dor física, primeiro era necessário tratar a dor psíquica – causada por situações vividas na infância e na adolescência.

Em um dos vídeos, ela revelou uma tentativa de abuso sofrida em 2020, em Bambuí, cidade onde ela mora.

O caso ocorreu quando Carolina começava a estudar medicina veterinária. Segundo ela, o agressor foi um vizinho, que foi punido apenas com uma multa e ficou dois anos com restrições para sair à noite.

"Eu morava em um condomínio e usava sempre uma camiseta com 'Medicina Veterinária'. Um vizinho, que morava com a esposa enfermeira, pediu ajuda para dar um remédio ao cachorro. Eu disse que ajudaria quando a esposa dele chegasse do trabalho em casa, por volta das 19h. Por volta de 19h30 cheguei na casa dele e a esposa não estava. Somente depois descobri que a esposa já tinha mudado o horário de plantão dela há duas semanas e ele não me falou isso, na maldade. Depois de dar o remédio, fui saindo, mas ele me atacou, me prendeu pelos braços e começou a tirar minha roupa com a boca", contou Carolina.

Naquele dia, ela não conseguiu gritar, porque estava sem voz devido a uma cirurgia que tinha feito um mês antes, causando uma paralisação nos músculos da face.

 

"Eu só lembrei da Carolina de seis anos, que também não conseguiu gritar por motivos diferentes. Eu consegui tirar uma força que eu não sei de onde veio. Eu consegui escapar pela lateral em um momento que ele se descuidou e levantou o braço e aí eu consegui escapar e fugir", relatou.

 

Ela fez uma denúncia à Polícia Militar (PM), que registrou o caso como importunação sexual. Posteriormente, Carolina descobriu que o agressor também foi denunciado por outras duas jovens.

"Ele nunca foi devidamente punido. Apenas pagou uma multa e teve restrições à noite, enquanto eu continuei enfrentando uma onda de abusos", concluiu.