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Nasa mostra que Serra da Moeda foi das mais afetadas pelo fogo próximo a BH
Serra da Moeda, ao Sul da Grande BH, foi em 2 meses a área com maiores extensões em meio a chamas e fumaça na região metropolitana e entorno, segundo a Nasa
03/10/2024 07h54
Por: Carlos ball Fonte: em

Apesar de não ter pastagens ou áreas agrícolas extensas, a Região Metropolitana de Belo Horizonte e cidades do colar metropolitano também são fortemente castigadas por incêndios neste ano, concentrando grandes extensões queimadas entre pontos de mineração e unidades de conservação. Nesse território, a Serra da Moeda foi a maior área a apresentar mais focos de incêndio em um só dia em dois dos três meses do levantamento feito pela reportagem do Estado de Minas, com base em dados de satélites e tratamento do programa Capacidade de Observação da Terra em Tempo Quase Real da Nasa, a agência espacial norte-americana.

As informações sobre áreas atingidas pelo fogo foram cruzadas com o mapeamento de recursos hídricos e florestais do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF-MG) e do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), para mostrar as riquezas naturais sob impacto das queimadas.

Em julho, a maior área de focos de incêndios nas imediações da Grande BH ocorreu do dia 23 ao 25, entre a região do Bação, em Itabirito, e Moeda, na Serra da Moeda, dos dois lados da BR-040. Os primeiros focos apareceram bem acima da Mina de Várzea do Lopes e seguiram avançando pelo alto, na direção da cava da Mina Miguel Burnier. O dia 24 foi o que apresentou a maior área com focos captada pelos satélites, se espalhando por 467,70 hectares.

 

O local é marcado por várias nascentes que correm a Oeste, para a Bacia do Rio das Velhas, proporcionando mais água para a captação da Copasa de Bela Fama, em Nova Lima, responsável por cerca de 60% do abastecimento da Grande BH. Entre as nascentes afetadas nessa vertente estão pelo menos cinco do Córrego dos Lopes, duas do Córrego Estreito e pelo menos dois outros afluentes do Ribeirão do Silva. Na outra vertente, que flui para a Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, o fogo queimou áreas de 14 nascentes do Córrego dos Antunes e outras cinco do Córrego dos Vieiras.

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais registrou combate a incêndios florestais no Monumento Natural Estadual Serra da Moeda entre 23 e 25 de julho: “Incêndio de grandes proporções com equipes de reforço e brigada Amda (Associação Mineira de Defesa do Ambiente) no local. Uso de drone para avaliação. (Helicóptero da PMMG) Pégasus se deslocando do Itacolomi para Moeda em apoio. São três linhas de fogo detectadas, três flancos ativos no momento. Prioridade é atacar o foco Azevedo, que ameaça residências e está sendo combatido com lançamento de água. O foco Norte é prioridade 2, pois avançou muito e ameaça estradas e outros parques próximos, e está sendo combatido por brigadistas. O foco Sul está distante de residências e avança pela crista da Serra, é prioridade 3”.

O maior incêndio florestal de agosto foi também o maior registrado na temporada de estiagem de 2024 na área de influência da Grande BH, em cinco dias, segundo o levantamento baseado em dados coletados pela Nasa até 22 de setembro. Foram quatro focos, se estendendo por 1.419,31 hectares, no dia 20 de agosto. Uma área tão grande que caberia seis parques das Mangabeiras, uma das maiores reservas urbanas da América Latina, em BH.