A Operação Highlander cumpriu nove mandados de busca e apreensão, nessa terça-feira (15/10), contra cinco pessoas, duas empresas e duas propriedades rurais situadas nos municípios de Perdizes e Santa Juliana, no Triângulo Mineiro. A operação contou com 24 policiais militares, 28 auditores fiscais, um promotor de Justiça, além de servidores públicos do MPMG. Os mandados foram expedidos pelo Juízo da Vara Única da Comarca de Perdizes.
Segundo informações divulgadas pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de Minas Gerais (Cira-MG), a operação buscou desarticular um suposto esquema criminoso de sonegação fiscal, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro envolvendo um ex-prefeito de Perdizes. Além dele, várias pessoas relacionadas a ele também são investigadas.
Conforme o Cira-MG, os alvos são suspeitos de participar de um complexo esquema para a ocultação do patrimônio milionário do ex-prefeito, que possui uma dívida tributária de cerca de R$ 30 milhões, além de condenações patrimoniais em ações cíveis e criminais da Comarca de Perdizes.
"O objetivo da operação é interromper o esquema criminoso e aprofundar as investigações pela apreensão e análise de documentos, em meio físico e digital, em poder dos investigados. O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) está em curso na Promotoria de Justiça de Perdizes, com apoio da Coordenadoria Regional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet/Uberaba)", declarou o MPMG.
Ainda conforme o MP, investigações apontam que o esquema criminoso incluiria: simulação de compra e venda de cabeças de gado; emissão de notas fiscais ideologicamente falsas; e ocultação de patrimônio do ex-prefeito, inclusive o controle de empresas, mediante a utilização de laranjas.
O MPMG ainda informou que, em sentido figurado, o termo "Highlander" reporta a uma pessoa que parece invencível ou imortal, alguém que supera grandes adversidades ou permanece ativo por muito tempo, mesmo quando seria esperado seu declínio.
"O nome da operação faz referência a um de seus principais alvos, o qual, mesmo após ter sido alvo de diversas autuações fiscais e condenações em âmbito cível e criminal, ostentando dívidas milionárias, continua usufruindo de seu patrimônio e exercendo grande influência política na cidade de Perdizes", complementa o MP.
O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos foi criado em 2007 no Estado de Minas Gerais e tem como objetivos principais recuperar ativos, prevenir distorções de mercado e proteger a concorrência legal nos setores econômicos mineiros.
Por meio de articulações do Cira, o MPMG, a Receita Estadual, as polícias Militar e Civil, e a Advocacia-Geral do Estado, ao longo de 17 anos, devolveram cerca de R$ 19 bilhões de ativos aos cofres públicos.