O governo de Minas Gerais detalhou como pretende gastar os R$ 81 bilhões que serão destinados ao Estado após assinatura do acordo para reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, na região Central de Minas. Além da indenização de atingidos pela tragédia, ocorrida em 2015, as outras prioridades serão investimentos em saúde, saneamento básico e obras de infraestrutura.
Cerca de R$ 10 bilhões foram reservados para criação de um sistema indenizatório para ressarcir prejuízos dos atingidos; outros R$ 4 bilhões serão destinados para recuperação produtiva e R$ 2,5 bilhões serão destinados a projetos escolhidos de forma participativa pela população da bacia do Rio Doce.
A gestão Romeu Zema (Novo) destacou o investimento previsto de R$ 7 bilhões destinados à universalização do saneamento básico em todos os 200 municípios da Bacia do Rio Doce em Minas e R$ 8 bilhões serão aplicados em território mineiro com projetos de meio ambiente.
O governo ainda diz que irá destinar R$ 11 bilhões para aplicação em novos projetos de desenvolvimento socioeconômico a serem realizados pela administração estadual, sendo 80% desse recurso destinados exclusivamente para a região atingida. Também serão reservados R$ 12 bilhões para projetos de saúde nas áreas envolvidas no acordo.
Confira o que já foi detalhado pelo governo:
Entre as obras, o destaque do governo estadual foi para R$ 2 bilhões a serem investidos na duplicação da BR-356, que liga a BR-040 até o município de Mariana, incluindo, ainda, melhoria da pavimentação na estrada até o município de Rio Casca.
O trecho engloba trajetos previstos para serem entregues a parcerias público-privadas do governo de Minas com a iniciativa privada. O projeto “Lote 7 - Ouro Preto”, que começa no entroncamento da BR-356 com a BR-040, em Itabirito, passa por Ouro Preto, Mariana e termina em Ponte Nova, na Zona da Mata mineira.
A decisão de divulgar os projetos veio após a homologação do acordo de Mariana pelo Supremo Tribunal Federal, na quarta-feira (6 de novembro).
O compromisso entre a União, os governos estaduais e as mineradoras Vale e BHP, controladoras da Samarco, foi celebrado em 25 de outubro em um evento no Palácio do Planalto. São previstas a destinação de R$ 170 bilhões para ações de reparação e compensação das vítimas da tragédia ambiental. O rompimento matou 19 pessoas e afetou mais de 40 municípios, três reservas indígenas e milhares de cidadãos da região em 5 de novembro de 2015, em área da mineradora Samarco.