Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia do plano para tentar dar um golpe de Estado.
Cid indicou ao ministro Moraes que o ex-chefe do Executivo era o líder da organização criminosa montada para o golpe e que tramou o assassinato do presidente Luíz Inácio Lula da Silva, do vice, Geraldo Alckmin, e do próprio magistrado.
Em entrevista à GloboNews, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, confirmou que Bolsonaro sabia de tudo. "Confirma que sabia, sim, na verdade o presidente de então sabia tudo. Na verdade, comandava essa organização", frisou o advogado.
Em conversa com investigadores, a reportagem do Correio Braziliense confirmou que Cid citou Bolsonaro, mas não deu detalhes sobre reuniões e troca de informações para discutir a tentativa de golpe. Sobre o plano para matar Lula e Alckmin, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirmou que o então presidente "sabia que uma movimentação estava acontecendo", de acordo com fontes ligadas às investigações.
Cid foi ouvido ontem (21) sobre contradições que deu em depoimentos válidos por um acordo de delação. Após a audiência, Moraes entendeu que as explicações foram satisfatórias e manteve a validade do acordo. Tanto Cid quanto Bolsonaro foram indiciados pela PF no inquérito que apura os ataques de 8 de janeiro e a tentativa de golpe de Estado.