Governadores apontados como possíveis sucessores de Jair Bolsonaro no campo da direita em 2026 se mantiveram em silêncio diante do indiciamento do ex-presidente e mais 36 pessoas no inquérito da Polícia Federal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); e do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), não se pronunciaram sobre o inquérito e não pretendem fazer isso pelo menos até a conclusão do caso.
O único a se manifestar foi Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo. Um dos nomes mais fiéis a Bolsonaro, ele saiu em defesa do ex-presidente em publicação nas redes sociais.
“Há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas. É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa. O presidente respeitou o resultado da eleição e a posse aconteceu em plena normalidade e respeito à democracia. Que a investigação em andamento seja realizada de modo a trazer à tona a verdade dos fatos”, escreveu.
Após ter saído fortalecido das eleições municipais pela vitória de seu aliado Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo, Tarcísio se cacifou, entre bolsonaristas, para ser um possível candidato da oposição à presidência da República em 2026. Contudo, ainda não deu indícios de que pretende concorrer ao Planalto daqui a dois anos.
Enquanto isso, Ronaldo Caiado já se coloca como um postulante à presidência, com declarações mais estridentes contra o governo federal e o presidente Lula. Já Zema admite publicamente que quer atuar diretamente na construção de uma candidatura de direita - seja como cabeça de chapa, como candidato a vice-presidente ou como cabo eleitoral.
Contudo, alguns deles já tiveram divergências com Bolsonaro, o que pode dificultar uma possível bênção do ex-presidente em 2026. Caiado e Ratinho Jr. apadrinharam candidatos que concorreram no segundo turno contra nomes apoiados pelo bolsonarismo.