A dinâmica das mortes de Heitor Felipe, de 9 anos, do pai dele, Felipe Júnior Moreira de Lima, de 26, e da prima Layza Manuelly, de 11, será reconstituída pela Polícia Civil na próxima terça-feira (26 de novembro). Os trabalhos são parte dos elementos que vão pautar o julgamento dos réus pelo crime, ocorrido em maio deste ano e conhecido como chacina de Ribeirão das Neves.
A reconstituição, cuja data foi confirmada pelo advogado Bruno Torres, que representa a família das vítimas, ocorre um mês após os réus passarem por audiência de instrução. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) será responsável por organizar a reprodução simulada. “O local dos fatos será isolado para que o trabalho de perícia seja realizado com o propósito de esclarecer a dinâmica do crime”, informou.
Familiares e amigos comemoravam o aniversário de Heitor Felipe, de 9 anos, em um espaço no bairro Areias, em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte. As comemorações começaram cedo, às 9h de quinta-feira, 23 de maio, e se estenderam durante o dia.
Por volta das 19h, entretanto, quando os convidados já estavam indo embora, dois homens armados invadiram o espaço e começaram a atirar. Três pessoas morreram, e outras três ficaram feridas. As vítimas foram socorridas para a UPA Justinópolis e, posteriormente, encaminhadas ao Hospital Risoleta Neves, em Belo Horizonte.
Oito pessoas se tornaram réus pelo crime, sendo que três estão foragidos. Dois deles, os irmãos Flávio Celso da Silva, de 45 anos, o “Alemão”, e Leandro Roberto da Silva, de 43, o “Beirola”, são apontados pelas investigações como mandantes do crime. Eles seriam líderes do tráfico de drogas no bairro Morro Alto, em Vespasiano. Também é procurado Marcelo Alves Rodrigues, de 35 anos, conhecido pelos apelidos de "Tio Gordo" e "Bola 7".
A primeira prisão ocorreu horas após a chacina, em 23 de maio. Yago Pereira de Souza Reis, de 23 anos, acusado como um dos executores, foi detido após dar entrada em uma unidade hospitalar com um ferimento causado por arma de fogo. Ele foi atingido, por engano, pelo próprio comparsa.
Em 5 de julho, a polícia prendeu Ivone Silva de Almeida, de 42 anos. As investigações apontam que ela teria fornecido informações aos criminosos sobre a localização do homem de 26 anos, alvo dos disparos.
O terceiro preso no caso é Pedro Paulo Ferreira Lima, vulgo "Paulinho Satan". Ele também é apontado como um dos mandantes e já estava preso na época da chacina. De dentro da cadeia, ele teria dado a ordem para a execução.
Em 24 de agosto, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), em operação conjunta com as forças de segurança do Espírito Santo, localizou o segundo executor: Agnes Danrlei Santos Nascimento, conhecido como “Biscoito”.
A quinta prisão ocorreu em 10 de outubro, quando a PM capturou Fabiano Alves Campos, de 39 anos, após o recebimento de denúncia anônima.