Geral pm joga homem alto
PM joga homem do alto de uma ponte em São Paulo
Não há informações sobre a identidade e o destino da vítima após ter sido jogada no rio
03/12/2024 14h07
Por: Carlos ball Fonte: otempo

Um vídeo flagrou um policial militar de São Paulo jogando um homem do alto de uma ponte no bairro Cidade Ademar, na zona sul da capital. As imagens, que teriam sido registradas na madrugada de segunda (2/12), mostram um policial levantando uma moto do chão. Em seguida, outros dois PMs se aproximam, enquanto o primeiro encosta o veículo perto da ponte. Um quarto policial chega logo depois, segurando um homem que vestia uma camiseta azul. Esse homem é arremessado pelo PM. 

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Não há informações sobre a identidade e o destino da vítima após ter sido jogada no rio. O ouvidor das polícias, Cláudio Aparecido da Silva, disse ao Jornal da Globo que vai pedir o afastamento de todos os policiais envolvidos no caso. "A gente acredita que tem uma sensação por parte da tropa de que isso vai ficar impune", afirmou. Ele defende a volta do controle da PM para que ela possa proporcionar sensação de segurança à população.

O homem teria sido arremessado depois de uma perseguição policial. Os agentes envolvidos são do 24º Batalhão da Polícia Militar, em Diadema. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) repudiou a conduta ilegal dos policiais e abriu um inquérito policial militar para investigar o ocorrido.

Na manhã desta quinta (3), o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, postou em suas redes sociais mensagem repudiando os casos recentes de violência policial. "Anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais. Policial não atira pelas costas em um furto sem ameaça à vida e não arremessa ninguém pelo muro. Pelos bons policiais que não devem carregar fardo de irresponsabilidade de alguns, haverá severa punição."

Ele ainda afirmou que todos os policiais envolvidos na ação foram afastados de suas funções e cumprirão expediente na Corregedoria da Polícia Militar O procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, afirmou nesta quinta que determinará que o Gaesp (Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública) una-se ao promotor do caso para que a Promotoria "envide todos os esforços no sentido de punir exemplarmente, ao fim da persecução penal, os responsáveis por uma intervenção policial que está muito longe de tranquilizar a população."

"Estarrecedoras e absolutamente inadmissíveis! Não há outra forma de classificar as imagens do momento no qual um policial militar atira um homem do alto de uma ponte, nesta segunda-feira. Pelo registro divulgado pela imprensa, fica evidente que o suspeito já estava dominado pelos agentes de segurança, que tinham o dever funcional de conduzi-lo, intacto, a um distrito policial para que a ocorrência fosse lavrada. Somente dentro dos limites da lei se faz segurança pública, nunca fora deles", diz trecho de nota da Promotoria.

OUTROS CASOS

No dia 3 de novembro, Gabriel Renal da Silva Soares, um homem negro de 26 anos, foi morto a tiros pelas costas disparados por um militar de folga em frente a um mercado no Jardim Prudência, zona sul de São Paulo. Imagens de câmeras de segurança mostram toda a ação.

O jovem era sobrinho do rapper Eduardo Taddeo, que denunciou o caso nas redes sociais. "Com as imagens da loja, está provado que meu sobrinho Gabriel foi covardemente executado. Não houve abordagem ou voz de prisão", disse. "Não será mais um número estatístico".