Poucas horas depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), publicar um post no X nesta sexta-feira (17) criticando a gestão fiscal do governo de Minas, o chefe do Executivo estadual, Romeu Zema (Novo), fez um comentário na publicação do petista rebatendo os dados apresentados. O embate entre eles na rede social teve início nessa quinta, motivada pela sanção do presidente Lula (PT) do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados com a União (Propag).
De acordo com Haddad, a dívida de Minas saltou de R$ 119 bilhões, em 2018, para R$ 185 bilhões, em 2024. Zema asumiu o comando do estado em janeiro de 2019. O ministro foi além e também acusou Minas de calote no governo federal e em instituições financeiras.
Em sua resposta, Zema publicou um gráfico mostrando que a taxa de endividamento do estado (percentual do total da dívida pela receita corrente líquida) teria caído de 189,03%, em 2018, para 156,37%, em 2024. Num segundo gráfico, o governador aponta que a taxa de endividamento do Brasil teria crescido de 414,33%, em 2022, último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), para 508,37% em 2024, já na gestão Lula.
“Contra Fatos não há argumentos, senhor ministro @Haddad_Fernando. O endividamento de Minas está em queda, abaixo do limite e é bem menor do que o do Brasil”, escreveu Zema na resposta.
Discussão na internet
O entrevero entre eles começou após Zema questionar os vetos de Lula ao Propag. Num primeiro momento, o mineiro chegou a dizer que não iria aderir ao programa caso os vetos não fossem derrubados.
Haddad, por sua vez, disse que o governador apresentou uma proposta de renegociação das dívidas menor do que a aprovada e sancionada. O ministro destacou que o veto mencionado por Zema referia-se à transferência para a União da responsabilidade de quitar dívidas dos estados com bancos privados.
Em resposta, o governador Romeu Zema afirmou que Minas Gerais mantém as contas equilibradas desde 2021, mesmo após pagar mais de R$ 8 bilhões de dívida à União. Zema ainda alegou que os vetos impõem custos extras ao estado, enquanto o governo federal mantém gastos elevados.
O governador também contestou a afirmação de que os vetos tratavam apenas de dívidas privadas, mencionando que Banco do Brasil e BNDES estão entre as “entidades privadas” citadas pelo ministro.