Os cardeais brasileiros que participaram do conclave concederam uma entrevista coletiva, nesta sexta-feira (9), em Roma, para jornalistas do país. Os religiosos avaliaram a eleição do papa Leão XIV para comandar a igreja católica e os desafios que ele irá enfrentar.
Os chamados “príncipes da Igreja” foram questionados acerca de temas polêmicos, como a união de pessoas do mesmo sexo, casamento de padres, aumento da presença de mulheres na igreja, migração, guerras, atenção aos mais pobres e possíveis interferências políticas internacionais nas ações do Vaticano.
A coletiva foi realizada no Colégio Pio Brasileiro, local em que os religiosos brasileiros que estudam em Roma ficam hospedados. O colégio fica a 5 km da Praça de São Pedro e serviu como hospedagem aos cardeais antes do conclave e agora que o papa foi escolhido.
À Itatiaia, o arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Jaime Spengler, revelou se acredita que o pontificado do americano Robert Prevost será uma continuidade do trabalho realizado pelo papa Francisco.
“Não há rupturas na igreja. A igreja procura sempre estar atenta àquilo que são os sinais dos tempos e, ao mesmo tempo, responder a altura das exigências do tempo presente. Não olhamos para o passado. Nós olhamos para a tradição, conservamos a tradição, mas não estamos presos a um passado que não mais existe”, afirmou.
O religioso também comentou obre a postura do papa Leão XIV em relação a temas polêmicos, como o casamento homossexual.
“Bom, primeiro que, na compreensão da fé católica, não é aceitável o matrimônio, por exemplo, entre duas pessoas do mesmo sexo. Mas são questões delicadas. Nós temos realidades difíceis. Tem aqueles que a natureza fez assim, e isso está no evangelho, tem aqueles que a cultura fez desse modo e tem aqueles que optam por este modo de vida. Agora, sempre são pessoas humanas”, afirmou.