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Brasileira ‘bonita demais para ser freira’ perde cargo após denúncias de maus-tratos
Após a saída de Aline Pereira Ghammachi, de 34 anos, do Mosteiro San Giacomo di Veglia, 11 freiras também deixaram o monastério em protesto; religiosas afirmam que denúncias são falsas
13/05/2025 06h59
Por: Carlos ball Fonte: itatiaia

Uma religiosa brasileira pretende acionar a justiça após ser deposta do cargo de madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, em Veneza, na Itália. Aline Pereira Ghammachi liderava um grupo pouco mais de 20 freiras que viviam enclausuradas no local, mas perdeu o posto depois de ser alvo de denúncias de maus-tratos e mau comportamento. A brasileira de 41 anos também foi descrita como “bonita e jovem demais para ser abadessa”.

À imprensa italiana, Aline contou que tudo começou em 2023, quando uma carta anônima foi enviada ao papa Francisco para denunciar que a brasileira “destratava e manipulava as irmãs do mosteiro” - o que ela e outras freiras que viviam no local negam veementemente.

O documento também dizia que a abadessa ocultava o orçamento do mosteiro. Após o pontífice receber a carta, uma auditoria foi instaurada no mosteiro, mas o caso foi arquivado por falta de provas.

‘Bonita demais para ser freira’

No entanto, o caso foi reaberto meses depois a pedido do frei Mauro Giuseppe Lepori, segundo a alegação da brasileira. Ele é abade-chefe da ordem que dirige o mosteiro e teria dito que Aline era bonita demais para ser abadessa, ou mesmo para ser freira. “Falava em tom de piada, rindo, mas me expôs ao ridículo”, contou a freira.

Em 2024, o Vaticano enviou uma outra pessoa para visitar o mosteiro. A avaliação chegou à conclusão de que a brasileira “era uma pessoa desequilibrada e que as irmãs teriam medo dela”. Quase um ano depois, durante a internação do papa Francisco, Aline soube que seria destituída do cargo e que a congregação seria assumida por uma outra madre-abadessa, uma religiosa de 81 anos.

A nova líder do mosteiro chegou ao local no dia em que o papa Francisco morreu, em 21 de abril, e disse que estava lá em nome dele. “Isso aconteceu num dia de luto para a Igreja, e num dia em que nós não poderíamos recorrer a ninguém. Chega essa comissária e se diz representante de uma pessoa que não existe mais.”