O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou, em entrevista ao podcast Mano a Mano, divulgada nesta quinta-feira (19), a destruição na Faixa de Gaza ao cenário encontrado no Brasil após o governo de Jair Bolsonaro (PL).
“Quando chegamos aqui, pegamos um país semidestruído. Eu de vez em quando olho para a destruição na Faixa de Gaza e fico imaginando o Brasil que nós encontramos”, disse Lula. “Aqui a gente não tinha mais ministério do Trabalho, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos, da Cultura. Tinha sido uma destruição proposital”, acrescentou.
Com milhares de mortos e uma região desolada pela guerra, a Faixa de Gaza é alvo de Israel desde 2023, quando começou o conflito entre o movimento islamista Hamas e o governo de Benjamin Netanyahu. Além da devastação, a região enfrenta uma grave crise humanitária, marcada pela escassez de alimentos, água e itens essenciais.
Durante a entrevista, que durou mais de duas horas, o petista defendeu seu governo e destacou avanços em indicadores como desemprego e crescimento econômico. Contudo, Lula chegou a reconhecer problemas, como o aumento no custo de vida.
“As coisas realmente ainda não chegaram ao ponto que eu quero que chegue”, afirmou o presidente. “Quando nós chegamos, o custo de vida baixou muito em 2023, depois aumentou em 2024", declarou o petista, citando a alta no preço do ovo e do café como exemplos.
Lula também reconheceu as dificuldades na relação com o Congresso e defendeu a necessidade de composições com partidos fora do espectro da esquerda para conseguir governar.
“Eu tenho 70 deputados de 513. E 9 senadores de 81. Então, você percebe que a dificuldade é imensa. O que é que nós fizemos? Nós fizemos uma composição política necessária para permitir que a gente começasse a governar esse país”, disse o presidente. Nesta semana, o Congresso impôs novas derrotas ao petista, derrubando trechos de um veto seu ao projeto de lei que estabelece regras para a produção de energia eólica em alto-mar. (Com Estadão Conteúdo)