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Delação de Mauro Cid pode ser comprometida por mensagens e encontros com aliados de Bolsonaro
Conversas por redes sociais e encontros presenciais com Mauro Cid levantam dúvidas sobre pressões nos bastidores e colocam delação em xeque.
04/07/2025 07h59
Por: Ball da rádio Fonte: itatiaia

O advogado Eduardo Kuntz, defensor do ex-assessor presidencial Marcelo Câmara, afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF), na terça-feira (1), que conversou com o tenente-coronel Mauro Cid sobre sua delação premiada. Cid foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo Kuntz, as conversas ocorreram por meio do Instagram e em encontros presenciais na Sociedade Hípica de Brasília, em 2024. Ele negou, porém, ter tomado a iniciativa de procurar Cid ou de discutir o acordo de colaboração com familiares do militar.

O depoimento integra a apuração da PF sobre possível tentativa de obstrução de investigação, envolvendo contatos de aliados de Bolsonaro com Cid, que fechou acordo de delação com a PF em 2023.

Além de Kuntz, também prestaram depoimento o próprio Marcelo Câmara, o ex-assessor Fábio Wajngarten e o advogado Paulo Cunha Bueno, que defende Bolsonaro.

Contatos com a família de Cid

Wajngarten negou ter tido qualquer contato com Mauro Cid após a formalização da delação. Questionado sobre conversas com uma das filhas do militar, ele disse que pode ter ocorrido, mas que foram “exclusivamente de solidariedade”.

Já Eduardo Kuntz admitiu ter contatos esporádicos com a filha de Cid, com quem teria se relacionado na Sociedade Hípica Paulista. As conversas entre eles, segundo o advogado, ocorreram por WhatsApp e Instagram e trataram de “questões relacionadas ao hipismo”.