O início de um novo ano traz consigo a tradição das resoluções de ano-novo. É comum as pessoas traçarem metas e projetos para o próximo ano, com o propósito de cumprir. No entanto, muitas vezes, essas promessas bem-intencionadas são deixadas de lado antes mesmo do fim de janeiro.
Geralmente, as resoluções de final e início de ano estão associadas a impulsos momentâneos. O psicólogo Bruno Hanke explica que, construir um planejamento e pensar em metas, não podem ser apenas resoluções de fim de ano, porque esse tipo de pensamento é muito volátil e se perde muito facilmente.
“A resolução aparece de uma revisão da nossa própria vida com a intenção de mudanças consistentes. Uma proposta de mudança demanda trabalho e elaboração interna, para que a pessoa possa entender aquilo que quer e se realmente vai fazer diferença na vida dela”, destaca.
Embora essa prática seja uma herança cultural da sociedade, a elaboração de mudanças duradouras exige mais do que o “calor do momento”.
Uma pesquisa realizada pela Forbes Health, em 23 de outubro de 2023, descobriu que a resolução média dura cerca de 3 meses. Apenas 8% dos entrevistados tendem a manter suas metas durante um mês, enquanto 22% duram dois meses, 22% duram três meses e 13% duram quatro meses.
As resoluções mais eficazes são aquelas que emergem do autoconhecimento e não se limitam a um período específico do ano.
Hanke alega que as pessoas precisam sentir a necessidade de tais mudanças e ressalta a importância de aquilo que quer ser mudado já incomode a pessoa a algum tempo, para que ela possa amadurecer e desenvolver formas de mudar. “São pensamentos que se referem a uma continuidade e a uma consistência”.
O processo de mudança demanda esforço gradual, por isso, evitar pressões excessivas no cumprimento de metas é importante. A tentativa de construir projetos de um final de ano para início de outro torna-se um peso na vida das pessoas. De acordo com dados da pesquisa, 62% dos entrevistados se sentem pressionados a definir uma resolução para o ano-novo.
“Isso sempre será um processo contínuo de construção, por isso, se a gente “pesar a mão” pode levar a frustração. E a gente já vive um período de muito cansaço e autodepreciação, as pessoas precisam ser gentis com elas mesmas”, evidencia o psicólogo.