Internacional PAZ
Por que a paz significa bem mais que o fim das guerras
PAZ
01/01/2024 07h58
Por: Carlos ball Fonte: em

Entre os sonhos das crianças e a realidade do mundo, há um abismo tão colossal que só uma ponte, formada pela palavra de uma sílaba, pode garantir a travessia para mudar os rumos do planeta. Paz – é o que desejam os povos, muitos deles ameaçados em zona de guerra, sob o estrondo constante de bombas, e ansiosos para ter de volta a vida normal. Hoje, 1º de janeiro, Dia Mundial da Paz, a voz de meninos e meninas de Minas Gerais ecoa e se junta à de quem foi obrigado a deixar a terra distante em busca de melhores dias. Dois extremos do universo, com um ponto de convergência: a crença na esperança.

Um recorte dos sonhos das crianças está na alegria de uma festa de fim de ano. A meninada brinca, pula, conversa, participa ativamente das atividades preparadas com carinho. Movidos pela energia da idade, unem forças para ter o mundo em suas mãos e fazer dele um lugar feliz: os pilares para sustentá-lo estão nas ideias que florescem, especialmente em defesa do meio ambiente e contra “brigas e lutas”, conforme diz Hugo Landa Marques, de 5 anos. O menino, ao lado dos coleguinhas, adere ao coro de que a paz só será possível com entendimento. E limpeza. “A felicidade virá com menos poluição das águas e da terra”, acredita quem já traz a paz no nome: Larissa Kelly Tomaz de Paz Castro Reis, de 10.

VIDAS FERIDAS TIRAM O
SOSSEGO DAS CRIANÇAS

Conversar com as crianças, ouvir suas opiniões, anotar seus pensamentos é, sem dúvida, acreditar que existe futuro. Os gêmeos Miguel e Lucas Soares dos Santos, de 8, vão direto ao ponto, com profundidade. “Não maltratar as pessoas é o melhor caminho”, avisa Miguel, mostrando que a ideia inclui adultos e crianças, em qualquer parte do mundo. Impossível não pensar nas feridas da guerra na Ucrânia, país europeu invadido pela Rússia, no êxodo e nas atrocidades na Faixa de Gaza, em Israel, nas vidas dilaceradas, na violências nas grandes cidades brasileiras, com os ônibus incendiados no Rio de Janeiro (RJ), sem falar nos tormentos de última hora, com a Venezuela querendo anexar parte da Guiana a seu território.