Cidades Macabro
Líder de seita pode ser acusado de assassinato após mais de 400 mortes
Paul Mackenzie, que fará teste de saúde mental, orientava seguidores a jejuar antes do 'fim do mundo', dizem testemunhas
17/01/2024 17h16
Por: Carlos ball Fonte: em

O massacre de Shakahola, como ficou conhecido o caso de uma seita evangélica no Quênia que levou centenas de fiéis a jejuarem até a morte para "encontrar Jesus" antes do fim do mundo, ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira (17).

Durante uma audiência na cidade costeira de Melinde, um juiz atendeu a um pedido do Ministério Público para que o líder da seita, Paul Mackenzie, e 30 supostos colaboradores dele fossem submetidos a avaliações de saúde mental antes de serem formalmente acusados.

Na véspera, na última terça-feira (16), promotores haviam anunciado a pretensão de acusar Mackenzie e outras 94 pessoas de terrorismo, assassinato, homicídio culposo e tortura após a morte de 429 seguidores.

Mackenzie, vestido com uma camisa polo listrada em branco e azul, permaneceu impassível durante grande parte da audiência. O advogado disse que o autodenominado pastor está cooperando com a investigação.

 

"Após uma análise minuciosa das provas, o diretor de Processos Penais está convencido de que existem provas suficientes para processar 95 suspeitos", afirmou o Ministério Público em um comunicado.

 

O anúncio aconteceu dias depois de um tribunal dar à Promotoria 14 dias para a apresentação de acusações contra o ex-taxista. Os promotores atribuíram os atrasos na apresentação das acusações à tarefa exaustiva e delicada de localizar, exumar e realizar autópsias em tantos restos humanos.

Detido em abril do ano passado, quando a polícia começou a desenterrar corpos na floresta de Shakahola, perto da costa do Oceano Índico, Mackenzie teve sua prisão preventiva prorrogada diversas vezes ao longo da investigação. Não ficou claro quando os 95 réus deverão comparecer à Justiça, mas a Promotoria indica que pretende "processar o caso rapidamente".