A presidência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) concedeu nesta sexta-feira (1º/3) licença para a deputada Andréia de Jesus (PT) até o próximo dia 29 para a realização de um "tratamento de saúde". O afastamento ocorre após um suposto relato de assédio moral contra assessores e ex-assessores da parlamentar ser divulgado nas redes sociais na última segunda-feira (26/2).
A assessoria da deputada afirmou, por meio de nota, "que a parlamentar está de licença médica, a partir de hoje, 1/3, por motivo de tratamento de saúde" e que as acusações de assédio se tratam apenas de "fofoca" e que não existe nenhuma denúncia oficial. Também informaram que o gabinete continuará com os trabalhos normalmente.
Apesar do afastamento ser originalmente por 30 dias, ele pode se estender por 90 dias ou mais. Caso o período de licença seja superior a 120 dias, o regimento da ALMG determina que o suplente assuma o cargo.
Funcionários da Casa, que pediram para terem suas identidades preservadas, apontam que, apesar de a justificativa ser relacionada a questões pessoais, a principal motivação seria as supostas acusações.
Deputada se coloca à disposição do PT na disputa pela prefeitura de Neves
Um ex-assessor da parlamentar petista disse, sob condição de anonimato, que também teria sido assediado moralmente em diversas oportunidades. Ele chegou a ser exonerado após adoecer. Os relatos também foram corroborados por outro servidor da Casa, mas que não é diretamente ligado ao gabinete da deputada.
Em contato com a reportagem do Estado de Minas, o Partido dos Trabalhadores afirmou que, por não ter sido comunicado sobre nenhum processo formal contra a parlamentar, não irá, "no momento, se pronunciar sobre o caso".
Andréia de Jesus cresceu em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), trabalhou, durante sua juventude, como empregada doméstica, tendo posteriormente ainda exercido a profissão de balconista e operadora de telemarketing. Ela foi a primeira pessoa de sua família a ingressar em um curso superior. Ela se formou em Direito ao ingressar na universidade por meio de cota do Prouni.
Trabalhou na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) como assessora das vereadoras Áurea Carolina (PSOL) e Cida Falabella (PSOL) em 2017.
No mesmo ano ela se filiou ao PSOL, sendo candidata a deputada estadual pela sigla no ano seguinte, com quase 18 mil votos no período. Foi a primeira mulher negra, junto das deputadas Leninha Alves (PT) e Ana Paula Siqueira (Rede), eleitas para o Legislativo estadual.