Imagine-se morando num lugar onde é proibido empreender no setor secundário, isto é, você não pode montar nenhum tipo de indústria.
Agora imagine-se como um comerciante e sendo obrigado a comprar ou vender exclusivamente para clientes de um só lugar além daqueles que moram na sua cidade.
Por fim, peço que imagine-se num mercado fechado onde tudo tenha que passar pelo monopólio estatal; ou seja, tudo o que for comercializado tem que passar pelo crivo do Governo que, além de cobrar taxas e impostos, decide se haverá ou não negócio, quando e para quem.
Essa, em linhas gerais, era a realidade do Brasil Colônia de 1785 até 1808.
Apenas seis dias após a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, o Príncipe Regente João VI, influenciado por um baiano com formação europeia, assinou a “Carta Régia” que abriu os portos brasileiros para o comércio exterior; até esta data o Brasil só podia comercializar com Portugal. Um mês depois, aceitou os argumentos desenvolvimentistas e cancelou um Decreto que proibia a instalação de indústrias em solo brasileiro.
Esse baiano, à época com 45 anos, se tornou assessor direto do Príncipe Regente para assuntos de economia. Esse personagem se chamava José Maria da Silva Lisboa. Ele foi advogado, jurista, publicista, professor, escritor e economista. Possuía uma visão privilegiada e defendia a liberdade do comércio e a abolição dos monopólios. A sua atuação ímpar no aspecto jurídico e econômico levou João VI a praticar outras tantas ações que abriram o Brasil para novos e grandes negócios. Seguramente muitas leis que surgiram de sua cabeça e visão mercantil e moderna favoreceram, décadas depois, o sucesso que o Brasil alcançou, aí já como nação independente, sob a liderança e governo do único imperador brasileiro, Dom Pedro II.
José Maria da Silva Lisboa recebeu diversos prêmios e honrarias, entre eles o título de Barão e depois Visconde de Cairu. Ele é lembrado pelos economistas e empresários, entre outros. Os comerciantes o saúdam até hoje homenageando-o, no dia do seu nascimento, 16 de julho, com o Dia do Comerciante e com o título de Patrono do Comércio Brasileiro.
Visconde de Cairu, um homem inteligente e visionário que não se aquietou e trabalhou muito pelo crescimento e evolução de setores produtivos. Com toda a sua visão, habilidade e capacidade de fazer o novo serve de exemplo e inspiração para todos os empresários e empreendedores que, diariamente, tocam os seus negócios, atendendo bem aos seus clientes, cuidando das suas equipes, pagando impostos, recolhendo tributos e gerando e mantendo postos de trabalho!
Esses bravos e corajosos brasileiros fazem toda a diferença em suas comunidades, em suas cidades e regiões. São pessoas que acreditam em seus sonhos, que correm atrás, que tentam correr na frente e são chamados de comerciantes. E aqui recebem a homenagem da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas; todo comerciante, de qualquer porte, é um guerreiro e um vitorioso, pois sabe como poucos a importância do trabalho, a importância do emprego e, acima de tudo, a importância de acreditar nos seus sonhos!
Comerciante, muito obrigado por ajudar a fazer um Brasil melhor!
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