Um levantamento divulgado pela Serasa por ocasião do Dia das Crianças, comemorado em 12 de outubro, analisa a relação de pais e filhos com o pagamento da mesada. Para 89% dos entrevistados pelo Instituto Opinion Box, a oferta do tradicional valor mensal contribui para a formação de consciência sobre valor do dinheiro e o controle das finanças.
Porém, somente 56% dos pais que participaram do levantamento afirmaram que conseguem manter o pagamento regular da quantia para os filhos. Outros 27% declararam não ter condições financeiras de conceder a mesada.
Entre a parcela que não dá nenhum tipo de mesada aos filhos, 35% alegam que preferem ensiná-los sobre a importância de trabalhar e, assim, ganhar o próprio dinheiro. Na sequência, 32% afirmam que preferem controlar as finanças da criança e ofertar quantias de acordo com a necessidade dela.
A maioria dos entrevistados disse que condiciona a mesada ao comportamento em casa (58%) e na escola (56%). As notas em provas e trabalhos (48%) e a realização de tarefas domésticas (41%) também têm papel determinante na concessão da gratificação. Ainda segundo o estudo, 79% dos pais afirmam que explicam aos filhos a importância de poupar e de investir, pensando, por exemplo, nas mensalidades de uma futura faculdade.
O levantamento mostrou ainda que a maioria dos filhos (30%) começou a receber mesada com idade entre 6 e 8 anos. Outros 28% já ganhava a gratificação antes dos 5 anos. Para 14% dos entrevistados, a mesada passou a fazer parte da rotina entre 12 e 14 anos e, para 4%, entre 15 e 18 anos.
Apesar de 81% dos pais afirmarem que os filhos têm mais acesso a informações sobre finanças do que eles, quando tinham a mesma idade, 80% admitem se preocupar que as crianças cheguem à vida adulta sem saber como lidar com as finanças. Do mesmo modo, 83% consideram importante incluir os filhos nos assuntos da casa para que sintam abertura para falar sobre o tema futuramente, ensinando, principalmente, a importância de ter uma vida financeira saudável.
O educador financeiro e professor de MBA do Ibmec João Victorino, opina que é, sim, importante ensinar as crianças, desde cedo, sobre o valor do dinheiro. Para ele, o Dia das Crianças é uma boa oportunidade para os pais ensinarem os filhos que não é possível ter tudo ao mesmo tempo. Ele sugere envolver os filhos no planejamento e na escolha dos presentes, para que eles já vão aprendendo a tomar decisões financeiras.
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Outra medida sugerida por Victorino é aproveitar o presente do Dia das Crianças para praticar boas ações. “Que tal reaproveitar materiais e incluir as crianças em uma doação? Você pode doar brinquedos antigos dos seus filhos (desde que em bom estado) para comunidades carentes ou entidades que precisam de recursos. Isso não apenas ajuda quem precisa, mas também coloca a mente do seu filho para pensar sobre solidariedade", aconselha.
O estudo faz parte da 11ª edição do Serasa Comportamento, série de levantamentos realizados pela Serasa sobre a forma como os brasileiros lidam com suas finanças. A pesquisa ouviu 1.540 pais de todas as regiões do país, com idades de 18 anos até mais de 60 anos.
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