A tragédia socioambiental da Vale, em Brumadinho, na Grande BH, completa seis anos neste sábado. No dia 25 de janeiro de 2019, às 12h28, dos 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério que estavam depositados na mina do Córrego do Feijão, cerca de dez milhões vazaram da estrutura que entrou em colapso.
https://www.youtube.com/watch?v=JJSwqDkr9qY
Especialistas apontam que os rejeitos atingiram uma velocidade de quase 100 km/h. Os restos da mineração destruíram tudo o que encontraram pela frente: o restaurante da mineradora, caminhões, carros, casas, pontes e áreas de vegetação. Com sirenes que falharam e não tocaram, a lama provocou a morte de 270 pessoas, sendo que duas vítimas estavam grávidas. Apesar disso, o inquérito da Polícia Civil não contabiliza os bebês, que estavam em fase de gestação, como vítimas.
A reportagem da Itatiaia foi a primeira a chegar à comunidade do Córrego do Feijão, quando vítimas ainda estavam sendo resgatadas por moradores com a ajuda de cordas e, depois, salvas por helicópteros do Corpo de Bombeiros.
Dor e indignação
A Itatiaia voltou a Brumadinho para conversar com os familiares das vítimas. Entre eles, o sentimento é de indignação. Os atingidos clamam por justiça. Mais de 2.000 dias se passaram, o processo ainda se arrasta na justiça e ninguém está preso por responsabilidade na tragédia.
Júlia Silva de Jesus, de 62 anos, perdeu o filho. Walaci Junior Cândido da Silva tinha apenas 25 anos e trabalhava como auxiliar de serviços gerais em uma empresa terceirizada da Vale. “Muita raiva, é uma mistura. A gente carrega uma indignação dessa perda, porque a gente não estava preparada para isso. É uma coisa muito ruim que nós ainda carregamos, principalmente eu, como mãe. A dor é a mesma, o sofrimento é o mesmo, as lutas são as mesmas. E a gente fica mais indignada, porque nesse Brasil não tem justiça”.
Mín. 20° Máx. 31°