Em um ambiente de tensão, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), encerrou, no fim da noite desta quarta-feira (6), a sessão plenária que marcou o início dos trabalhos da Casa. Com apenas um discurso, a retomada aconteceu frente à resistência da oposição, que ocupava o Plenário desde essa terça-feira (6) em manifestação a favor de que seja pautado o projeto da Anistia aos condenados pelo 8 de janeiro de 2022.
Em sua fala, Motta ressaltou o diálogo e afirmou ter um “compromisso muito firme” com o fortalecimento do Parlamento brasileiro. Ele ainda destacou sua discordância com o movimento da oposição, mas abriu brechas para que as reivindicações sejam levadas em consideração, sem dizer se houve ou não acordo para pautar o chamado “pacote da paz”.
“Respeito às nossas prerrogativas e livre exercício do mandato. Esse exercício se dá principalmente no respeito àquilo que para nós é inegociável, exercer o direito à fala, e de quem preside a casa, presidir os trabalhos. Tivemos um somatório de acontecimentos recentes que nos trouxeram a esse sentimento de ebulição dentro da casa. Não estamos vivendo tempos normais. É nessa hora que não podemos negociar a nossa democracia”, destacou o deputado federal.
“Aqui, quero mais uma vez dizer que vamos continuar apostando no diálogo, mesmo quando quase ninguém acreditar nessa ferramenta. Temos uma preocupação muito grande com o momento crítico que nosso país está vivendo. Penso que nesta casa mora a construção dessas soluções para o nosso país, que tem que estar sempre em primeiro lugar. O compromisso que assumi com todas as lideranças foi de seguirmos dialogando, sem nenhum preconceito a qualquer pauta. Vamos continuar dialogando sobre todas essas pautas, sem inflexão”, acrescentou.
Motta finalizou dizendo que não se distanciará da “serenidade, do equilíbrio”, nem da “firmeza” para presidir a Câmara dos Deputados. “Não esperem nunca omissão ou falta de coragem para decidir sobre qualquer tema. O que aconteceu entre o dia de ontem e o dia de hoje não fez bem a essa Casa. A oposição tem todo o direito de se manifestar, mas tem que ser feito obedecendo o nosso regimento, a nossa constituição e não vamos permitir que atos que aconteceram no dia de ontem e no dia de hoje sejam maiores do que o plenário. Estamos aqui para buscar construir a pauta da convergência, mas acima de tudo uma pauta pró-país”, concluiu.
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