A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), interveio para corrigir uma fala do advogado Paulo Renato Garcia Cintra, que defende o deputado federal e ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem (PL-RJ), no processo que aponta uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Na ocasião, a defesa usou as expressões “voto auditável” e “voto impresso” como sinônimos. A ministra, que é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), demonstrou incômodo e se manifestou. Ela disse que os termos não são equivalentes e ressaltou a importância de diferencia-los.
“O nobre advogado fez muitas referências a inexistência ou que teria havido uma campanha pela eleição auditável e que isso foi até objeto de uma PEC, mas vossa senhoria sabe a distinção entre processo eleitoral auditável e voto impresso?”, questionou ela. “Porque repetiu como se fosse sinônimo, e não é. O processo eleitoral é amplamente auditável no Brasil, passamos por auditoria, e isso serve para que quem assiste não tenha a impressão de que não é auditável”.
Em resposta, o advogado justificou a escolha das palavras, afirmando que, no contexto da investigação, as expressões foram usadas dessa forma. Em seguida, ele pediu desculpas e declarou confiar nas urnas eletrônicas brasileiras.
O ex-diretor da Abin é acusado de ter buscado indícios de que a eleição presidencial de 2022, na qual Jair Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teria sido fraudada. Nesta terça, a defesa alegou que os documentos encontrados ao longo da investigação em sua posse eram apenas “anotações” e que não foram transmitidos ao ex-presidente.
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