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Semana Santa em Sabará expõe mistério de painéis achados sob piso de igreja

Cidade histórica se decora nos tons da quaresma em templos onde se abrigam tesouros com traços de Aleijadinho. Este ano, pinturas redescobertas estão em exposição

17/03/2024 às 07h56
Por: Carlos ball Fonte: em
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Semana Santa em Sabará expõe mistério de painéis achados sob piso de igreja

Uma das primeiras vilas do Ouro de Minas Gerais, com mais de 300 anos de história, a cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte “se veste” de roxo, o tom da quaresma e da Paixão de Cristo, para as cerimônias da Semana Santa – registrada como Patrimônio Imaterial de Sabará. Diante da Igreja Nossa Senhora do Carmo, no Centro Histórico, já podem ser vistos os estandartes típicos da época, que pendem das janelas da fachada principal.

No momento em que a equipe do Estado de Minas chegou ao templo construído há 260 anos, no qual trabalhou Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), os integrantes da irmandade da Ordem Terceira do Carmo, Érico Luís Gomes Carmo e Welerson Costa de Siqueira, penduravam as peças de tecido, com o monograma Px (iniciais do nome de Cristo, em grego).

Já ao entrar na igreja, vinculada à Paróquia Nossa Senhora do Rosário e à Arquidiocese de Belo Horizonte, a equipe do EM se surpreendeu com uma descoberta que valoriza ainda mais as sagradas tradições da cidade. Pela primeira vez em décadas, estão expostos dois tecidos, tipo linho grosso, do século 19, com pinturas referentes à Paixão de Cristo.Segundo José Bouzas, pesquisador da história de Sabará e também chefe do Departamento de Patrimônio da Ordem Terceira do Carmo, os tecidos, que funcionam como cortinas para os retábulos, foram encontrados, enrolados, sob o piso do altar da Capela do Santíssimo Sacramento, no interior da igreja. “Há um terceiro, com a figura de um anjo, que não diz respeito às cerimônias da Semana Santa”, observa o pesquisador.Demandando restauro, os tecidos medem, cada um, 3 metros de altura por 1,5 de largura, e ficarão pendurados nos dois púlpitos. Bouzas explica que há dois altares colaterais na Igreja do Carmo, o de São João da Cruz e o de São Simão Stock. “Certamente, os tecidos eram usados na frente desses dois altares. Na atualidade, apenas as imagens são cobertas com pano roxo.”Olhando para os tecidos, Bouzas mostra a imagem de Jesus com as mãos amarradas, o Cristo da Coluna ou no Pretório (tribunal), e o Cristo no Horto das Oliveiras. “Já procuramos, mas não temos documentos sobre essas obras.”

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