“Estamos com dificuldade de mão de obra, pedreiro, carpinteiro e armador na construção civil”, disse o CEO do grupo Patrimar, Alex Veiga, em entrevista ao “EM Minas” deste sábado, programa da TV Alterosa em parceria com o Estado de Minas e o Portal UAI. “O ramo da construção civil está muito bom, aquecido. O que está mais aquecido é o Minha Casa, Minha Vida. É um setor que está bombando”, afirmou a respeito do programa habitacional do governo federal. Entre outros temas, Veiga falou também sobre a revitalização do Centro de Belo Horizonte: “É uma necessidade. O nosso Centro está empobrecido, esvaziado, o que é uma pena, porque a infraestrutura está toda lá”. A seguir, a íntegra da entrevista.
A economia brasileira começou 2024 quente. Como está isso no ramo da construção civil?
O ramo da construção civil está muito bom, aquecido. O que está mais aquecido é o Minha Casa, Minha Vida. É um setor que está bombando. O governo mexeu nas regras e com isso o setor explodiu, mexeu bem de maneira superassertiva. Tem um lado social muito importante nesse programa. Isso é uma coisa bacana que o governo está fazendo, incentivando esse segmento, além de dar emprego, gerar uma série de atividades correlatas. Na construção civil estamos com dificuldade de mão de obra, pedreiro, carpinteiro, armador.
Que mudanças foram essas que resultaram no aquecimento do Minha Casa, Minha Vida?
A primeira foi a elevação do teto, que é o valor máximo para enquadrar dentro do Minha Casa, Minha Vida. A pessoa vai procurar um imóvel, encontra de valor tal. Aí, tem que checar se aquele valor está dentro do possível. Era R$ 264 mil e pulou para R$ 350 mil. É um programa interessante para a classe menos favorecida porque tem subsídio. O governo dá um subsídio, que é uma maneira que tem de ajudar o adquirente, a taxa de juros é mais baixa e a gente chegou em um padrão de construção espetacular. Tenho muito orgulho, muito prazer na hora que entrego o empreendimento dentro do programa Minha Casa, Minha Vida.
Hoje a gente é o grupo Patrimar. A gente tem a bandeira Patrimar, que é alta renda, e a Novolar, que faz baixa e média renda. A Novolar atualmente está construindo na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na cidade do Rio de Janeiro e no interior de São Paulo. Nós estamos atualmente em produção de aproximadamente 4 mil unidades dentro do programa Minha Casa, Minha Vida.
O aumento da renda do trabalhador, que também tem sido registrado, favorece a compra de bens como a casa própria. Mas, por outro lado, o mercado está com taxa de juros ainda muito altas, embora o Banco Central venha progressivamente cortando. Como o segmento vê essa relação, aumento da renda, mas juros altos dificultando o fechamento de um negócio?
Nós tivemos uma elevação do custo muito grande em 2022. Essa inflação levou o valor dos apartamentos a subir, a renda não subiu na mesma proporção, subiu um pouco menos. Os salários não reajustaram na mesma proporção da inflação do setor. Deu um desarranjo, até por isso o governo mexeu no programa aumentando o prazo de financiamento de 30 para 35 anos. A taxa de juros prejudica demais o setor como um todo. Nos prejudica porque o custo de capital é muito alto, a taxa de juros é muito alta. Para o comprador do apartamento mais ainda, pois a taxa de juros aperta demais a prestação. O que ele está tendo que fazer, ou adia ou compra um apartamento menor do que gostaria. Porque procura comprar um apartamento que a prestação caiba no bolso dele, como a taxa de juros está alta, não tem alternativa. Compra um apartamento menor ou adia a decisão de compra.