Com a chegada das temperaturas mais baixas, cresce a atenção para o aumento de casos de pneumonia silenciosa, uma variação da doença que pode passar despercebida por apresentar sintomas mais leves e discretos do que a pneumonia tradicional. O quadro preocupa pela dificuldade no diagnóstico e pelo risco de complicações, especialmente em grupos mais vulneráveis, como crianças.
Diferente da forma típica da doença — que se manifesta com tosse produtiva, febre alta e dor no peito —, a pneumonia silenciosa pode evoluir com fadiga, febre baixa e leve desconforto torácico, sinais muitas vezes confundidos com cansaço comum ou uma virose leve. “Esse perfil mais sutil atrasa o diagnóstico e, consequentemente, o início do tratamento, o que pode agravar o quadro clínico do paciente”, alerta Michele Andreata, pneumologista da Saúde no Larsso.
Segundo a médica, “nos meses frios, os casos tendem a aumentar, já que as pessoas passam mais tempo em ambientes fechados e com pouca ventilação, o que favorece a propagação de vírus e bactérias responsáveis por infecções respiratórias, como a própria pneumonia.”
Em 2024, houve um aumento de 5% no número total de internações por pneumonia no sistema público de saúde brasileiro em relação ao ano anterior —foram 701 mil pacientes internados, contra 666,9 mil em 2023, segundo o DataSUS. Ainda mais preocupante é o crescimento de 12% no número de mortes pela doença: 73.813 óbitos em 2024 ante 65.846 no ano anterior.
A pneumonia silenciosa também pode acometer crianças, exigindo atenção redobrada dos pais e responsáveis. O tratamento é semelhante ao de outras formas da doença, geralmente com antibióticos prescritos por médicos, além de medidas de suporte, como hidratação e repouso. Em caso de sintomas persistentes, é fundamental buscar atendimento médico para evitar agravamentos.
A pneumonia típica costuma apresentar sinais mais evidentes, como tosse com secreção e febre alta. “Ao contrário da silenciosa, que tem sintomas mais sutis. Já a bronquiolite, comum em crianças, é geralmente causada por vírus e se manifesta com chiado e dificuldade para respirar”, pontua a pneumologista.
Embora o termo “surto” envolva critérios epidemiológicos específicos e a confirmação por órgãos de saúde pública, profissionais destacam que o aumento significativo de casos nas últimas meses pode indicar maior circulação de agentes infecciosos, especialmente em períodos de maior suscetibilidade.
“A prevenção inclui vacinação, como a vacina contra influenza e pneumococo, além de práticas de higiene como lavar as mãos e a ventilação adequada de ambientes. O tratamento se baseia no uso de antibióticos e cuidados de suporte, dependendo da gravidade do caso”, finaliza ela, deixando um alerta.
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