A Polícia Federal (PF) afirmou que “núcleo político” utilizou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação consta no relatório da corporação, que teve sigilo retirado nesta quarta-feira (18) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, Bolsonaro passou a ser beneficiado desde a indicação do atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) para o posto de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Isso ocorreu em 2019.
“Essa estrutura utilizou assessores nomeados em cargos públicos e recursos estatais para produzir e disseminar sistematicamente narrativas falsas e ataques contra instituições (como o Sistema Eleitoral Brasileiro e o Poder Judiciário), opositores políticos e quaisquer indivíduos ou grupos que contrariassem os interesses do grupo político no poder”, afirma a PF no documento.
A PF também menciona que o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, teria sido o idealizador da Abin Paralela. A materialização da organização teria sido feita por Ramagem.
“A coordenação de estrutura paralela que municiava com o produto da desinteligência de Estado núcleo formado essencialmente por funcionários em exercício na Presidência da República situam o NÚCLEO POLÍTICO no ápice da estrutura da organização criminosa desnudada na presente investigação”, diz a investigação.
Além disso, o documento também diz que Carlos admite ser o responsável por gerenciar as redes sociais de Bolsonaro, “por meio das quais, em diversas oportunidades, foram divulgadas as desinformações que inflamaram e mantiveram a mobilização social necessária ao fomente da ruptura com o Estado Democrático de Direito”.
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