Nesta sexta-feira (12), a Polícia Militar foi acionada para atender a uma denúncia de assédio em uma escola no bairro Lagoa Grande, em Patos de Minas. A solicitante relatou que sua irmã, aluna do 7º ano, afirmou ter sido assediada pelo professor de matemática durante a aula.
De acordo com o relato da vítima, o professor passou a mão sobre seu tórax, tocando seu seio direito, e segurou sua coxa enquanto dizia que tudo ficaria bem. A jovem de 12 anos também afirmou que o professor tocou em outras duas alunas, resultando no choro de uma delas, e que ele acariciava frequentemente as mãos dos alunos e fazia comentários de cunho religioso.
A situação se agravou quando a menina informou que o professor ameaçou um aluno, dizendo que faria uma "macumba" caso ele contasse a alguém sobre o ocorrido. A diretora e a vice-diretora da escola confirmaram que o professor havia sido contratado temporariamente para cobrir férias de uma servidora e que já existiam queixas anteriores sobre seu comportamento.
No dia 26 de junho, os alunos relataram à direção que o professor os obrigava a fazer orações, não ensinava o conteúdo de matemática e denegria outras religiões, afirmando que os alunos precisavam ser exorcizados. Apesar de ter prometido se arrepender, o professor afirmou não aceitar regras e que a educação deveria ser livre.
Durante a investigação, foi constatado que o professor costumava organizar a sala de aula para manter os alunos próximos a ele, alisava os cabelos das alunas e pedia que segurassem suas mãos e olhassem nos olhos dele, dizendo palavras como "Vai ficar tudo bem, eu trago paz para o seu coração".
A diretora solicitou uma reunião com a equipe pedagógica para discutir o comportamento do professor, mas ele se recusou a participar e deixou a escola. Um aluno relatou que estava com medo de ir embora após o professor ter dito que algo ruim aconteceria. Ao tentar pegar sua bicicleta, o estudante encontrou o pneu murcho, o que aumentou seu pânico.
As imagens dos relatos foram armazenadas no gravador digital da escola e apresentadas às autoridades. A Polícia Militar localizou o professor de 35 anos em sua residência e o prendeu em flagrante. Ele foi conduzido à Delegacia de Plantão, onde optou por permanecer em silêncio. A consulta ao sistema informatizado revelou que o professor tem diversas passagens por crimes contra a pessoa, incluindo uma prisão em flagrante por agressão a um aluno em 2011.
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