São muitas as diferenças entre a eleição presidencial norte-americana e a brasileira. A escolha do eleitor nos Estados Unidos é centrada nos delegados de cada estado, como um sistema de voto proporcional indireto para a escolha do presidente. Já os brasileiros votam diretamente no candidato que preferirem para chefiar o Executivo nacional. Porém, há uma grande semelhança: ambos os países possuem estados que, tradicionalmente, decidem todo o pleito: Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do Brasil, e a Pensilvânia, que possui 19 membros no colégio eleitoral.
A professora de relações internacionais da ESPM, Natália Fingermann, afirma que, na maioria dos casos, quem ganha em Minas e na Pensilvânia, ganha a eleição. “Ambas as campanhas, tanto de Kamala Harris quanto de Donald Trump, desempenharam muitos recursos na Pensilvânia e fizeram uma campanha muito árdua e muito bem estruturada, principalmente a Equipe Democrata da Kamala Harris, colocando muitos voluntários nas áreas mais menos urbanas da Pensilvânia, que são aquelas que em 2016 acabaram levando a vitória de Trump”, explica.
Em 2022, durante o segundo turno das eleições, tanto Lula (PT) quanto Jair Bolsonaro (PL) fizeram viagens a Minas Gerais em busca do apoio da população. Lula fez três viagens e contou com o apoio de parlamentares eleitos pelo PT, que conseguiu montar a maior bancada da Assembleia Legislativa do estado e a segunda maior entre representantes mineiros na Câmara dos Deputados.
Bolsonaro também visitou Minas e conquistou o apoio do governador Romeu Zema (Novo) e de nomes que tiveram sucesso nas eleições, como o senador eleito Cleitinho Azevedo, à época no PSC, e os deputados federais eleitos Nikolas Ferreira (PL), Bruno Engler (PL) e Marcelo Álvaro Antônio (PL). Ao todo, o candidato à reeleição fez seis viagens ao estado em quatro semanas de campanha.
A Pensilvânia é um “estado-pêndulo”, ou seja, ora escolhe candidatos Democratas, ora Republicanos. Por isso, fica sempre em uma posição decisiva. “O estado tradicionalmente fazia parte dos Estados Azuis, ou Blue States, dos Estados Unidos. Era um estado basicamente industrial até os anos 50, 60. Nos anos 70, com o processo de desindustrialização e de globalização. Muitos dos empregos que existiam nesse estado desaparecem e parte do seu eleitorado pende aí, uma parte maior começa a pender para os republicanos. No entanto, depois a gente vê uma retomada das vitórias democratas no estado”, disse a internacionalista.
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