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Duelo da direita mineira: Nikolas x Cleitinho

Cleitinho desponta como líder capaz de dialogar com públicos que Nikolas não alcança, enquanto jovem deputado é visto como pilar do bolsonarismo no estado

16/11/2024 às 17h17
Por: Carlos ball Fonte: em
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Duelo da direita mineira: Nikolas x Cleitinho

“Não há amizade que resista à glória ou ao poder.” A frase de José Saramago (1922-2010), em "Ensaio sobre a Lucidez" (2004), paira como um presságio sobre a relação entre Cleitinho Azevedo (Republicanos) e Nikolas Ferreira (PL), dois dos maiores expoentes da direita mineira. Unidos por um eleitorado conservador, mas separados por ambições e estilos, eles protagonizam um jogo de forças que pode redesenhar o tabuleiro político do estado. O cenário é claro: não há espaço para dois líderes no mesmo palco.

Cleitinho, senador pelo Republicanos, construiu sua trajetória política com os pés fincados na vivência do cidadão comum. Ex-DJ, cantor de boteco e caixa de supermercado, ele transformou essa bagagem em uma narrativa populista e pragmática, consolidada tanto nas redes sociais quanto nas ruas. Suas denúncias contra buracos nas rodovias, filas ou a burocracia estatal viralizam, mas sua influência vai além do virtual: atualmente, lidera o clã político “Azevedo”, onde seus irmãos Gleidison (prefeito de Divinópolis pelo Novo) e Eduardo (deputado estadual pelo PL) seguem sua lógica de independência partidária.

Essa postura descompromissada com cartilhas torna Cleitinho um fenômeno peculiar. Nos bastidores, é descrito como um político que circula com desenvoltura entre bolsonaristas e progressistas desencantados com o PT, o que o transforma em uma peça-chave.

Não à toa, líderes de partidos de centro já o enxergam como uma alternativa viável à polarização nacional. Dirigentes ouvidos pela coluna, tanto da direita quanto do centro, foram categóricos: o senador é um político nato e o nome mais óbvio para liderar o estado. Apesar disso, Cleitinho segue firme no Republicanos e mantém lealdade ao presidente estadual da legenda, Euclydes Pettersen.

 

O senador, no entanto, é o retrato da imprevisibilidade. A fidelidade partidária, como ele mesmo já deixou claro, não faz parte de sua essência. Prova disso foi sua recente declaração de apoio a Bruno Engler (PL) na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, em detrimento de Mauro Tramonte, candidato do seu próprio partido. Em seu estilo característico, disparou: “Eu quero que se exploda a fidelidade partidária.”

 

Do outro lado, Nikolas Ferreira, deputado federal mais votado da história de Minas, é o estrategista nato do PL e principal herdeiro do bolsonarismo. Com um discurso conservador e calcado em pautas morais, Nikolas consolidou sua imagem como figura-chave da direita nacional. Sua liderança no PL é incontestável, assim como sua capacidade de articular projetos ideológicos, seja na Comissão de Educação, que preside, ou em possíveis voos presidenciais.

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