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Edward, Lancelot e outros: de onde juiz tirou os nomes de sua falsa identidade

José Eduardo Franco dos Reis atuou por mais de 20 anos como magistrado usando nome falso e é procurado desde dezembro

07/04/2025 às 07h33
Por: Carlos ball Fonte: itatiaia
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Edward, Lancelot e outros: de onde juiz tirou os nomes de sua falsa identidade

Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield. Este é o nome pelo qual se apresentava José Eduardo Franco dos Reis, segundo denúncia do Ministério Público de São Paulo. De acordo com o órgão, o juiz aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) pratica falsidade ideológica e uso de documento falso há mais de 40 anos.

Mas de onde ele teria tirado esse nome? A suspeita é de que sua inspiração tenha sido a literatura inglesa. Em entrevista à Folha de S. Paulo, a crítica literária e mestre em literatura inglesa Ana Luisa Lellis, afirmou que o nome em questão parece uma mistura vários personagens da ficção, não necessariamente figuras honrosas ou especiais.

A suspeita vem de nomes como Lancelot, o famoso cavaleiro da Távola Redonda, da corte do Rei Arthur, e os Contos de Canterbury, clássicos da literatura local. Ainda segundo a reportagem, Mr. Wickfield é um advogado no livro David Copperfield, de Charles Dickens.

A farsa foi descoberta quando, em outubro passado, ele solicitou a segunda via da carteira de identidade no Poupatempo, uma autarquia do governo paulista. O homem é procurado desde dezembro.

Conheça a história

De acordo com a Polícia Civil José Eduardo Franco dos Reis é de Águas da Prata, no interior paulista, e seu primeiro RG foi emitido em 1973. Ele teria nascido em março de 1958, mas, segundo o MP, tirou o registro de identidade em nome de Edward Wickfield em setembro de 1980, alegou ser filho de Richard Lancelot Canterbury Caterham Wickfield e Anna Marie Dubois Vincent Wickfield, e se dizia um descendente de nobres britânicos.

Ele ingressou no curso de Direito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde se formou em 1992. Em 1995, foi aprovado no concurso de Juiz de Direito, passando a exercer a magistratura até a aposentadoria em 2018.

De acordo com a promotoria, a falta de integração entre os sistemas de documentos facilitou a falsificação.

O Ministério Público pediu o cancelamento de todos os documentos emitidos em nome falso, incluindo o CPF. A Promotoria solicitou medidas cautelares, como a entrega do passaporte do acusado e a proibição de ele deixar a cidade onde reside.

A defesa de José Eduardo Franco dos Reis não se manifestou até o momento, o espaço segue aberto.

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