O ataque de uma onça-pintada que matou um caseiro no Pantanal foi o segundo já registrado na história do país, de acordo com informações do Instituto Chico Mendes (ICMBio). Os restos mortais de Jorge Ávalo, de 60 anos, foram encontrados próximo ao rancho onde ele trabalhava, na zona rural de Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, na última terça-feira (22).
O animal foi capturado nessa quinta (24) e levada para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande. Segundo o órgão, o animal é macho , tem 94 kg e apresentava um comportamento de alta habituação ao ser humano.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram que as onças eram frequentemente alimentadas por pessoas da região. “Tal prática traz riscos para todas as pessoas que transitam no local ou que ali residem, podendo culminar em acidentes fatais”, disse o ICMBio em nota enviada à Itatiaia.
A Polícia Militar Ambiental instalou armadilhas fotográficas para identificar possíveis outras onças na região onde o caseiro morava.
Conforme o ICMBio, os ataques de onças contra humanos são extremamente raros e, os letais, são praticamente inexistentes. Há apenas apenas dois casos oficialmente confirmados no Brasil. O órgão ressalta, no entanto, que as ocorrências podem estar subnotificadas.
“De qualquer forma, certas situações — principalmente as que envolvem habituação, como neste incidente — podem aumentar as chances de acidentes. Esse hábito representa risco para os moradores locais e visitantes, pois faz com que as onças percam o medo da presença humana”, diz trecho da nota.
Na manhã de terça-feira (22), policiais militares ambientais encontraram os restos mortais do caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, em Aquidauana, no Pantanal sul-mato-grossense. A autoria do ataque foi associada a uma onça-pintada que andava pela região.
Parte dos restos mortais estavam dentro de uma toca usada pela onça, a cerca de 300 metros do rancho onde o caseiro trabalhava. Durante o resgate do corpo do idoso, o animal também atacou os policiais que participavam da operação.
O corpo foi retirado da mata e levado para o Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana. A perícia técnica confirmou que o caseiro havia morrido devido ao ataque da onça.
As investigações consideram algumas hipóteses para o ataque, uma delas é que o animal teria avançado no homem devido à falta de alimento no local, ou ao comportamento defensivo da própria espécie. Além disso, a corporação também trabalha com a ideia de que o animal poderia estar em período reprodutivo, o que deixa machos mais agressivos.
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