A recente escalada de tensões entre Israel e Irã tem chamado a atenção do mundo. O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), afirmou nas redes sociais que foi novamente surpreendido por sirenes em Israel nesta madrugada (14).
O professor Dani Zaredini, especialista em Oriente Médio e professor de relações internacionais da PUC Minas, fez uma análise da situação no Jornal da Itatiaia deste sábado (14).
Segundo Zaredini, Israel tem considerado atacar o Irã há mais de 15 anos, principalmente devido ao programa nuclear iraniano. Embora o Irã afirme que seu programa nuclear é para fins pacíficos, Israel o vê como uma ameaça existencial.
''Para Israel, a ideia do Irã conseguir desenvolver armas nucleares seria uma forma de uma ameaça existencial à sua existência’’, explicou o especialista.
O professor destacou várias razões para o timing do ataque israelense:
1. O ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que reforçou a narrativa israelense sobre o apoio iraniano a grupos hostis.
2. A margem de manobra política proporcionada pela eleição do presidente Trump nos EUA.
3. A perda de apoio militar iraniano na região, especialmente na Síria.
4. Os problemas políticos internos do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que poderia usar o conflito para fortalecer sua posição.
Zaredini alertou para os desdobramentos potencialmente catastróficos da situação. ''O Irã não é um país qualquer, o Irã é um país com quase 100 milhões de habitantes, com capacidade militar relevante, importante’’, afirmou.
O especialista também destacou que o ataque israelense a instalações nucleares iranianas é condenado pelo direito internacional. A reação da comunidade global tem sido variada, com China, Rússia e Índia condenando firmemente o ataque de Israel, enquanto os Estados Unidos oferecem apoio defensivo a Israel.
Quanto ao papel do Brasil, Zaredini observou que, embora o país tradicionalmente trabalhe por uma perspectiva de paz, sua capacidade de influenciar diretamente o conflito é limitada. ''Esse é um problema de gente grande’’, disse ele, indicando que os principais atores capazes de mediar a situação serão provavelmente China, Rússia, Estados Unidos e a União Europeia.
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