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Quando a missão é salvar vidas

Profissionais que trabalham em resgates aéreos se desdobram com perícia no atendimento de vítimas em situações extremas e urgentes; grupo atuou em mais de 1.200 ocorrências em 2023

29/01/2024 às 06h55
Por: Carlos ball Fonte: em
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Quando a missão é salvar vidas

O Suporte Aéreo Avançado de Vida (Saav) realizou, em 2023, mais de 1.200 atendimentos. O serviço presta suporte inter-hospitalar, aqueles nos quais há necessidade de transferir um paciente de um hospital para outro, geralmente realizados por aviões, e atendimentos rápidos diante de ocorrências como acidentes em rodovias, transplantes de órgãos, resgates em quedas d’água, incêndios e desastres naturais – situações que exigem salvamentos em um curto tempo de resposta e uso de helicópteros para transferências imediatas a hospitais.

A frota conta com cinco helicópteros e dois aviões, operando em quatro bases localizadas em Belo Horizonte, Montes Claros, Varginha e Uberaba. Segundo a Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SSMG), a previsão é que mais quatro aeronaves sejam entregues neste ano, e outras duas bases sejam inauguradas na Região Leste do estado e na Zona da Mata.


Desde o seu início, em meados de 2006, foram registradas mais de 19 mil horas de voo, com 7.780 pacientes transportados e 9.249 atendimentos. Integram a estatística eventos trágicos como a pandemia de COVID-19 e o rompimento da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG) – que completou cinco anos na última quinta-feira (25/1). “A ocorrência de Brumadinho vai ser guardada na cabeça e nos corações de todos os bombeiros militares. Foi muito emblemática”, revela o capitão Wilker Tadeu Alves, piloto e comandante de aeronaves de asas rotativas e helicópteros do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.


Na época, Wilker estava afastado devido ao nascimento do seu filho – que tinha apenas 20 dias de vida. Ele relembra, emocionado, do dia em que o rompimento aconteceu e como ele e outros agentes atuaram diante da urgência do fato. “Estava no finalzinho da licença paternidade e ainda estava apoiando minha esposa e meu filho recém-nascido. No dia do rompimento, acompanhei pela televisão, e nos dias seguintes, fui atuar em apoio à sociedade e ao cidadão mineiro. Não tinha jeito de ficar em casa. Tanto eu quanto os outros bombeiros (que estavam em casa) vestiram a farda e foram atuar.”


Já o sargento Welerson Gonçalves Silgueiros relata que estava de plantão no dia e, por volta do meio-dia, os bombeiros receberam a ocorrência. “Desloquei-me junto à equipe no Arcanjo 4 para fazer o atendimento. Durante todo o período em que o Batalhão de Operações Aéreas (BOA) esteve envolvido, fiz parte das operações de busca, do suporte às equipes de solo, transporte de equipamentos e efetivos.”


A palavra “arcanjo” significa anjo principal, que atua como mensageiro em missões especiais. Segundo o tenente-coronel Peterson José Paiva Monteiro, quando o BOA foi criado, era necessário dar um nome às aeronaves, e “arcanjo” foi o escolhido para simbolizar a proteção às pessoas e a missão cotidiana do grupamento.

CRIANÇAS ENVIAM CARTAS

Ambos fazem parte da corporação há aproximadamente 17 anos, tendo participado de diversos socorros e resgates. E tratando-se do rompimento da barragem, em um cenário de exaustão e urgência, os bombeiros relembraram o momento em que as crianças de Brumadinho escreveram cartas para a equipe. As mensagens, carregadas de sentimento, simbolizavam a confiança e o respeito com aqueles que trabalhavam incessantemente. À época, foram intitulados os “heróis de Brumadinho”.

 
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