Para o estilista Amarildo Ferreira, com a perda de Giacomo, a moda mineira fica órfã de alguém que contribuiu muito para o cenário. “Era um homem apaixonado por música, moda e arte. Foi educado aprendendo música. A mãe do Giacomo era exímia costureira e ele e a Roberta aprenderam muito de modelagem vendo a mãe. A música veio com o pai e a paixão por esse mundo sempre foi o que moveu os dois”, afirma.

 

Amarildo foi um companheiro de longa data de Giacomo, trabalhando na Vide Bula com o estilista por 25 anos. “Ele é uma das pedras filosofais do jeans no Brasil. Antes de tudo ele era um cara do jeans, um cara do rock, da música e tudo isso era transformado em roupa para pessoas de 8 a 80 anos. Ele falava: ‘tem que vestir todo mundo, tem que ser democrático’”, lembra.

 

Uma das memórias favoritas de Amarildo em relação a Giacomo é a de um apelido que deu ao estilista em homenagem ao protagonista da série de 1964, "Viagem ao fundo do mar". “Ele comprou uma lancha e teve que fazer um curso de navegação. Toda vez que ele ia ter aula, avisava que ia atrasar para o trabalho. Como se precisasse o dono da empresa avisar que ia chegar mais tarde. Eu respondia para ele: ‘Vai lá almirante Nelson’ e ele odiava o apelido. Mas eu amava aquela cara emburrada dele quando eu falava as coisas que ele não gostava, ele sabia que no fundo era uma maneira de falar ‘eu te amo, obrigado por tudo que você fez por mim’”, finaliza.

 

O velório e sepultamento de Giacomo ocorreram na tarde desta segunda-feira (11/03), na capital mineira.