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Folhas de espécies do Cerrado são transformadas em peças de artesanato

Criatividade é apresentada em feira em Montes Claros. Artista plástico faz "bordados" nas folhas com desenhos de pássaros como tucano, sabiá e beija-flor

09/05/2024 às 06h55
Por: Carlos ball Fonte: em
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Folhas de espécies do Cerrado são transformadas em peças de artesanato

As folhas das espécies nativas do Cerrado estão sendo transformadas em uma obra de arte, em trabalho que, além de criatividade, envolve muita delicadeza. Este é um ofício realizado pelo professor e artista plástico José Osmar Pereira Oliva, de Montes Claros, no Norte Minas, que transforma as folhas de plantas do Cerrado em peças de artesanato, com figuras de aves do próprio bioma. As aves são “desenhadas” com bordados nas folhas, com o uso de linhas coloridas.

O professor e artista plástico mostra a sua arte inovadora na “Bendita Feira”, iniciada na terça-feira (7/5) e que prossegue até esta quinta-feira (9/5) em Montes Claros. O evento reúne cerca de 50 expositores das áreas de moda, artesanato, gastronomia, design, decoração, plantas e acessórios para mesa. Conta também com oficinas e palestras sobre o empreendedorismo.

Osmar Oliva revela que trabalha com o bordado em folhas de espécies como o Araticum, a Gameleira, a Pata de Vaca e o Ipê, que, em épocas de estiagem (como no momento atual), começam a cair e se desintegram na natureza, sem nenhum aproveitamento. Ele borda nas folhas os desenhos de pássaros da fauna do Norte de Minas como tucano, o corrupião, o sabiá, o joão-de-barro e o beija-flor.

O artista plástico revela que o seu trabalho é feito “com muita delicadeza”, por causa da fragilidade das folhas secas. “È preciso ter muita leveza nas mãos, senão a folha rasga. Eu desidrato as folhas e faço a 'esqueletização' (secagem completa) delas para depois realizar o tratamento e higienização. Na sequência, com o uso de agulha e linha, faço os bordados nas folhas”, descreve o artesão.

Outro produto artesanal feito com matéria-prima retirada diretamente da natureza e apresentado na feira em Montes Claros é o sabonete feito com o uso de óleo, retirado do capim citronela e da planta melaleuca, que possui funções terapêuticas.

A empresária Márcia Dayrell disse que o sabonete natural é produzido no sítio de sua família no município de Inhaúma, na região Central do estado. Revelou que a produção foi iniciada a partir de estudos feitos por sua mãe, a farmacêutica Ilda de Oliveira, que trabalhou como pesquisadora da Fundação Ezequiel Dias (Funed).

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