Um dia antes de o governo Romeu Zema (Novo) levar à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a proposta de privatização, a Cemig tornou pública a troca da vice-presidência de Finanças e Relações com Investidores. Em comunicado ao mercado na última quarta-feira (13 de novembro), a empresa informou que a ex-executiva da Vale S.A. Andrea Marques de Almeida assumirá o cargo em 2 de dezembro.
Andrea foi eleita pelo Conselho de Administração da Cemig. O Aparte questionou à Cemig por que a troca do vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, Leonardo George de Magalhães, por Andrea foi anunciada às vésperas da chegada da proposta de privatização na ALMG. Tão logo a empresa responda, o posicionamento será acrescentado. O espaço permanece aberto.
Além de ter passado pela Vale, Andrea foi vice-presidente de Finanças e Estratégias do Santander Brasil, cargo que deixou em dezembro de 2023. Antes, entre 2019 e 2021, após a Operação Lava-Jato, a executiva, que já esteve por duas vezes na lista da Forbes de mulheres mais poderosas do mundo, foi diretora de Finanças e Relações com Investidores da Petrobras, papel semelhante ao que assumirá na Cemig.
Magalhães estava à frente da vice-presidência de Finanças e Relações com Investidores há mais de quatro anos, desde março de 2020. No comunicado, os membros do Conselho de Administração agradeceram a Magalhães, que, segundo eles, “foi fundamental no processo de recuperação da capacidade econômico-financeira e da solidez da companhia, com o alcance, dentre outros, dos menores índices de alavancagem”.
A chegada de Andrea foi comunicada ao mercado um dia antes de o vice-governador Mateus Simões (Novo) levar pessoalmente à ALMG na quinta (14 de novembro) a proposta para privatizar a Cemig. O governo quer transformar a estatal em uma corporation, ou seja, em que a empresa não teria um controlador definido, como hoje é o Estado. Minas Gerais manteria os 17,04% de ações totais e teria poder de veto em decisões estratégicas da Cemig.
A empresa informou à Comissão de Valores Mobiliários, à Bolsa de Valores de São Paulo e aos acionistas que foi comunicada da proposta de privatização no mesmo dia em que Simões as levou para a ALMG. Na mesma quinta, em fato relevante, a Cemig comunicou que, naquele dia, recebeu um ofício da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico sobre a chegada do projeto de lei à Casa.
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