Entre outubro e março, a estação das chuvas torna as estradas de Minas Gerais ainda mais perigosas para os motoristas, principalmente com a intensificação do movimento de veículos devido à época que coincide com recessos escolares e festas. E a recorrência de acidentes e mortes sob tempestades, granizo e até chuviscos aparentemente inofensivos torna algumas estradas mais críticas do que outras, como a BR-040, na ligação Belo Horizonte - Rio de Janeiro, a mais perigosa em tais condições.
É o que mostra levantamento da equipe de reportagem do Estado de Minas com base em dados de acidentes registrados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), nos últimos cinco anos (2019 a 2023) em rodovias da União que cruzam o estado. Um universo estudado de 335 acidentes, com 488 mortes e 672 feridos, envolvendo 888 veículos e 1.912 pessoas.
Nem todas as ocorrências de acidentes têm observações dos agentes da PRF sobre as condições meteorológicas no momento do desastre – muitas delas têm esse campo assinalado como “ignorado”. Assim, foram considerados para o mapeamento apenas os registros de acidentes sob chuva, chuvisco, garoa e granizo. Também foram selecionadas as ocorrências mais graves, que resultaram em perdas de vidas.
“As chuvas trazem vários prejuízos para os motoristas. Dificultam a condução do veículo, porque o piso fica escorregadio; a visibilidade fica comprometida. E a chuva fraca é tão perigosa quanto a forte, porque traz toda a sujeira da pista para cima do asfalto e a pista fica ainda mais escorregadia”, explica o inspetor Aristides Amaral Júnior, porta-voz da PRF em Minas Gerais.
Quando as estradas estão debaixo de chuvas, a alta velocidade se mostra como o principal fator observado pela PRF nos acidentes mais graves dos cinco últimos anos, com 146 registros e 243 mortes. Ainda dentro das ocorrências de excesso de velocidade, o tipo de acidente que mais mata é a colisão frontal, quando veículos deixam seus sentidos e batem de frente nos que circulam nas pistas opostas, somando 82 mortos (56%), seguido das saídas de pistas, com 27 óbitos (18%).
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