Lula abre Cúpula do Brics no Rio com críticas à ordem global e defesa do multilateralismo

Com quase uma hora de atraso, o presidente Lula (PT) deu início a reunião da Cúpula do Brics, que acontece no Museu de Arte de Moderna (MAM), no Centro do Rio. Durante a primeira sessão plenária que tem como tema “Paz e Segurança e Reforma da Governança Global”, o mandatário disse que, de todas as cúpulas do Brics, essa é que a ocorre num cenário global mais adverso. Ele citou temas como mudança de clima, saúde e conflitos mundiais.

“Com o multilateralismo sob ataque, nossa autonomia está novamente em xeque. Avanços arduamente conquistados, como os regimes de clima e comércio, estão ameaçados. Na esteira da pior crise sanitária em décadas, o sistema de saúde global é alvo de investida sem precedentes”.

“A recente decisão da OTAN alimenta a corrida armamentista. É mais fácil destinar 5% do PIB para gastos militares do que alocar os 0,7% prometidos para Assistência Oficial ao Desenvolvimento”, disse Lula em seu discurso.

Apenas a fala do presidente Lula foi transmitida nessa reunião, assim como ocorreu durante o G20. À tarde, haverá outra reunia que vai abordar o tema “Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Econômico-Financeiros e Inteligência Artificial”. É a primeira vez que o Brasil realiza a cúpula do Brics desde expansão do grupo que, de 2011 pra cá, aumentou de 5 para 11 países membros.

O Brics é composto por 11 países, incluindo o Brasil. Entre os líderes presentes estão os presidentes da África do Sul, da Indonési e da Etiópia. Entre as faltas, está o presidente da China, Xi Jinping, que está sendo representado pelo primeiro mineiro chinês. O presidente da Rússia Vladimir Putim que enfrenta um mandado de prisão internacional por crimes de guerra também não compareceu.