Dezembro chega e muda o cenário em residências, igrejas católicas, espaços públicos, e, principalmente, no coração dos mineiros. É tempo de arrumar os espaços para a montagem do presépio, esperar pelo nascimento de Jesus, na noite de 24 para 25, reunir a família. Com todo capricho, mineiros de várias gerações se dedicam a modelar as montanhas, fazer a gruta para a sagrada família, marcar o caminho dos reis magos e deixar um campo vasto para os pastores e os animais. Está chegando o Natal!
Em Minas, a tradição se mantém muito viva, com circuitos para visitação (veja o quadro), presépios de todos os tamanhos e até um cadastro do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) para participação de municípios e orientação aos moradores e turistas. À medida que os gestores municipais mostram os locais de visitação, os interessados podem fazer seu roteiro, com muitas opções nesta temporada, alguns monumentais, como o de Grão Mogol, na Região Norte, considerado o maior presépio permanente do mundo a céu aberto, e o de Uberaba, no Triângulo, com animais reais. Na Praça da Liberdade, toda decorada para o Natal da Mineiridade, há outro gigantesco bem diante do Palácio da Liberdade.
Antes de iniciar sua visita, caro leitor, é importante ver o presépio como um local de fé e respeito, e não simplesmente um canto com imagens de santos. “O presépio inspira cuidado. Cuidado com o ser humano, cuidado com a natureza. Permite o acesso a todos. O primeiro a fazer um presépio foi São Francisco de Assis, e, num lugar que teria tudo para ser o pior, pelas condições adversas, acabou se transformando no melhor”, explica o padre Fernando Lopes Gomes, reitor do Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora de Fátima, na Praça Carlos Chagas (Praça da Assembleia), no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de BH.
No adro do Santuário Nossa Senhora de Fátima, se encontra um presépio feito com amor e talento pelas mãos de dona Alda Borges Parreiras, que comemorou 84 anos na quinta-feira (12/12). “Eu me senti muito inspirada, como se Deus tivesse me escolhido. O presépio nos acalma, traz uma sensação de paz muito grande, de bem-estar”, conta dona Alda, residente em Bonfim, na Região Central de Minas.
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