A Polícia Civil de São Paulo, que vem investigando o caso VaideBet, indiciou o presidente Augusto Melo, do Corinthians, pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro.
Marcelo Mariano, ex-diretor administrativo, Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing, e Alex Fernando André, apontado como intermediário, foram indiciados pelos mesmos crimes. Já a situação de Yun Ki Lee, ex-diretor jurídico, ainda será avaliada. O advogado pediu habilitação nos autos, e o pedido ainda está sendo apreciado pela Polícia.
A informação foi divulgada inicialmente pela Gazeta Esportiva e confirmada pela Rádio Itatiaia.
A Polícia Civil vai encaminhar os autos do caso ao Ministério Público na próxima semana.
A investigação do contrato entre VaideBet, empresa de apostas esportivas, e Corinthians rastreou o caminho dos recursos provenientes do acordo. A diligência revelou uma relação entre dirigentes do clube e integrantes do crime organizado.
A quebra de sigilos bancários revelou contas nas quais circulou R$ 1,4 milhão, que foi pago em uma espécie de comissão pelo patrocínio.
O recurso chegou a uma conta denunciada ao Ministério Público pelo delator do PCC, Antônio Vinícius Gritzbach, morto em 8 de novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, a mando de traficantes.
O Relatório Técnico de Análise de Dados Financeiros e Bancários mostrou que o desvio foi realizado em duas remessas de R$ 700 mil, em março do ano passado.
O valor total foi transferido para uma conta da Rede Social Media Design, empresa de Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, que atuou na campanha de Augusto Melo à presidência do clube.
Depois, a empresa de Cassundé fez dois repasses, um no valor de R$ 580 mil e outro de R$ 462 mil, para a Neoway Soluções Integradas, empresa associada à Edna Oliveira dos Santos, que mora em Peruíbe, no litoral de São Paulo. Ela afirmou, em entrevista ao Uol, desconhecer o caso.
Ainda em março de 2024, a Neoway transferiu cerca de R$ 1 milhão para a Wave Intermediações Tecnológicas, que ainda fez mais três transferências para a UJ Football Talent Intermediação, citada por Antônio Vinícius Lopes Gritzbach em delação com promotores de Justiça, na casa dos R$ 870 mil.
Na delação, Gritzbach disse que a UJ era controlada informalmente por Danilo Lima, conhecido como “Tripa”, suspeito de integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e investigado pelo sequestro de Gritzbach em 2022.
A delação apontou ainda que a UJ agenciou Éder Militão, da Seleção Brasileira, entre outros atletas. O zagueiro do Real Madrid, no entanto, não tem relação com o esquema.
A investigação mostrou ainda que R$ 525 mil desviados dos cofres do Corinthians ficaram pelo caminho como forma de pagamento de comissão no processo de lavagem de dinheiro.
Alex Cassundé, Augusto de Melo e outros diretores estão sendo investigados. A polícia considera que crimes de furto qualificado e lavagem de dinheiro foram comprovados com a quebra de sigilo bancário.
Em 7 de junho, a Vai de Bet rescindiu o contrato de R$ 360 milhões com o Corinthians depois que o pagamento da comissão foi revelado.
Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, definiu que a nova reunião para votar o afastamento de Augusto Melo por conta do “caso Vai de Bet” será no dia 26 de maio (segunda-feira), a partir das 18 horas (de Brasília), no salão nobre do Parque São Jorge.
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