Reforço na saúde: Contagem terá mil cirurgias cardíacas por ano com verba federal

O município de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, vai passar a contar com um importante reforço na área da saúde: um investimento permanente de R$ 96 milhões por ano, que será incorporado ao orçamento direcionado à saúde da cidade. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante visita ao município neste sábado (12), como parte da iniciativa do programa “Agora Tem Especialistas”, do Ministério da Saúde.

Segundo Padilha, “a iniciativa viabiliza a realização de até 1.000 cirurgias cardíacas por ano, além de 500 procedimentos de cateterismo e mais de 1.000 exames especializados em cardiologia, como ecocardiogramas”. Os procedimentos serão feitos em parceria com o Hospital Santa Rita, localizado em Contagem.

A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), comemorou a medida e avaliou que a mudança de patamar terá reflexo positivo em todo o sistema de saúde de Minas.

“O paciente de Contagem fica, às vezes, esperando dois anos por um exame de cateterismo em Belo Horizonte ou fica 15 dias internado numa UPA, infartado, esperando uma cirurgia cardíaca. Tudo isso porque a regulação e o atendimento eram garantidos somente pela cidade de Belo Horizonte. E com esses recursos agora, através do Hospital Santa Rita, que está fazendo essa parceria, vamos poder atender melhor e com mais agilidade o usuário aqui de Contagem”, disse a prefeita, que completou: “Na medida em que eu não preciso mais dos hospitais de Belo Horizonte e posso atender aqui, eu melhoro a saúde na Região Metropolitana e no estado de Minas Gerais. Então, é um marco na saúde em Contagem”.

O município vai receber, na próxima semana, uma parcela de R$ 24 milhões para a implementação do serviço e também uma incorporação permanente de R$ 96 milhões por ano para a saúde da cidade.

“O valor de R$ 96 milhões por ano passa a ser incorporado aos recursos de Contagem, um recurso que se torna permanente”, destacou o ministro. “Ou seja, a estrutura, a parceria que o município de Contagem vai fechar com esses recursos com o Hospital Santa Rita são recursos que vêm de forma permanente. Não é uma parcela só imediata, fica incorporada de forma permanente aos recursos da Prefeitura de Contagem para que ela possa fazer essa parceria de forma contínua através do ‘Agora Tem Especialistas’ para cirurgias.”

Segundo o ministro, a medida não beneficia apenas Contagem, mas contribui com todo o sistema de saúde da Região Metropolitana. “Se a gente vai fazer 1.000 cirurgias aqui em Contagem, libera 1.000 cirurgias para o resto da Região Metropolitana. Se a gente vai fazer 500 cateterismos aqui em Contagem, libera mais 500 cateterismos para o restante da Região Metropolitana. A gente vai fazer mais de 1.000 procedimentos e exames especializados, liberando mais de 1.000 para a Região Metropolitana. Então, com isso, estamos ajudando não só Contagem, mas toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte.”

O ministro destacou que o recurso também poderá ser usado para abertura de terapia intensiva pediátrica. “Além desse recurso permanente para a realização de cirurgias cardíacas, exames, cateterismos, também faremos um investimento de R$ 24 milhões para apoiar as ações que Contagem já vem realizando”, afirmou o ministro. “Visitei esses leitos neste período do inverno, que é o mais difícil. E precisamos lembrar também da importância de as pessoas se vacinarem.”

A medida deve impactar diretamente a vida de pacientes que aguardam por cirurgias cardíacas em todo o estado.

“Os recursos são imediatos. Agora o município vai começar a fazer a parceria com o Hospital Santa Rita para poder marcar, agendar e iniciar as internações”, explicou o ministro. “As pessoas que estão esperando, às vezes, na fila de cirurgia ou aguardando para fazer um procedimento, agora poderão ser atendidas o mais rápido possível.”

O ministro também comentou o impacto da pandemia da COVID-19 no represamento de cirurgias e exames em todo o Brasil. “O Brasil vive uma situação de represamento de atendimentos cardíacos, cirurgias cardíacas e oncológicas, porque durante a pandemia tudo ficou paralisado. [...] Tudo isso gerou uma fila de casos de pessoas que não podiam fazer cirurgia naquele momento, pois os hospitais estavam todos lotados com COVID-19.”

Segundo o Ministério da Saúde, mais de 14 milhões de cirurgias eletivas foram realizadas em 2024 — um recorde —, mas ainda insuficiente diante da demanda reprimida.

“Por isso que lançamos o ‘Agora Tem Especialistas’, que direciona recursos, como estamos fazendo com a Prefeitura de Contagem, permitindo que o município possa fazer uma parceria com o hospital privado, onde estão os especialistas, os exames e toda a estrutura para esse tipo de cirurgia”, afirmou o ministro.