O Supremo Tribunal Federal (STF) registra, por dia, uma média de três mensagens e manifestos de ataques de ódio aos ministros e à Corte desde 8 de janeiro de 2023. O ministro Alexandre de Moraes é o principal alvo deles.
Esse conteúdo, que passa de 1.000 ameaças registradas desde a invasão e depredação do Palácio do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, chega de diversas maneiras ao tribunal: desde e-mails e cartas a embalagens com objetos e até fezes.
Todo o material é investigado e, quando suspeito de conteúdo ameaçador, levado para uma sala de segurança. Lá é aberto antes de ser encaminhado aos gabinetes. Já a origem das mensagens eletrônicas passa por investigação quando enviadas de diferentes endereços de e-mails criados com essa finalidade.
Após o ataque ao STF na noite de quarta-feira (14), a Corte já recebeu oito e-mails enaltecendo e celebrando o episódio. As mensagens celebram a ação de Francisco Wanderley Luiz, o “homem-bomba” que atirou explosivos em direção ao Palácio do STF e se matou seguida próximo ao monumento A Justiça, na Praça dos Três Poderes.
A hostilidade direcionada aos ministros ganhou força durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele mesmo fazia declarações públicas contra os magistrados e as decisões tomadas pelo Supremo. Essa postura também foi adotada por apoiadores e aliados.
Informações das forças de policiamento envolvidas na segurança do STF dão conta de que o homem que atentou contra o STF nessa quarta-feira (13) com dois artefatos explosivos e um terceiro com o qual tirou a própria vida, não havia sido identificado como uma ameaça. Mais de 5.000 pessoas são monitoradas pelos serviços de inteligência das Polícia Judicial, Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Nesta quinta-feira (14), a segurança do Palácio do STF foi reforçada e o acesso ao edifício-sede e aos anexos do tribunal foi bastante dificultado. Os gradis, que haviam sido retirados em um ato simbólico na Praça dos Três Poderes em janeiro deste ano, voltaram a isolar todo o entorno dos quatro prédios que formam a Corte.
Além de servidores e colaboradores do tribunal, somente jornalistas credenciados conseguiram acessar o prédio. Na sessão de julgamento em plenário, só as partes envolvidas nos casos pautados puderam entrar. As residências dos 11 ministros voltaram a passar por processo de varredura, ação de rotina, já que todas elas contam com segurança fixa e diária.
No tribunal, a avaliação é de que não houve falha na segurança que permitiu a aproximação de Francisco Wanderley Luiz ao Palácio do STF.
"Não houve falha alguma na segurança, pelo contrário. A polícia judicial e os agentes de segurança prontamente interceptaram a pessoa", afirmou o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso. "Foi muito corajoso nosso policial judicial, porque mesmo depois que o sujeito falou que estava com explosivos, ele fez a abordagem que deveria fazer" defendeu.
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