Importante espaço para a ascensão do futebol mineiro, o Estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, na Região da Pampulha, foi responsável por colocar Belo Horizonte na rota oficial dos campeonatos brasileiros e internacionais. Prevendo a importância que o estádio teria, a inauguração no dia 5 de setembro de 1965 foi marcante com extensa programação e o jogo inaugural, quando a bola rolou pela primeira vez no gigante da Pampulha. Os eventos começaram às 9h, com salva de tiros de sete canhões 15 minutos após os últimos operários deixarem o local.
Quando os portões abriram às 10h, o estádio ainda era conhecido como “Minas Gerais”, o nome atual só foi oficializado em 1966. De acordo com o extinto Diário de Minas, o primeiro torcedor a entrar foi Antônio Gomes da Silva, morador da Cidade Industrial que chegou ao local às 6h. Das 11h às 13h45, o público foi entretido com exibições de cães, a banda da Polícia Militar, queima de fogos e show da Esquadrilha da Fumaça. Foram apresentadas também as placas comemorativas da inauguração e a bênção dada pelo arcebispo auxiliar dom João Resende Costa por meio do discurso do governador Magalhães Pinto que finalizou com a frase: “Mais uma vez, repito: o estádio é do povo”.
O jogo teve início às 15h30, quando os times da Seleção Mineira e o River Plate enfileirados ao lado do trio de arbitragem observaram a bola ser atirada de um helicóptero da Força Aérea Brasileira em um voo rasante. Pouco tempo depois, o governador autorizou a abertura dos portões para a entrada de torcedores sem ingresso. A saída foi dada por Tostão, que rolou a bola para Dirceu Lopes. A glória do primeiro gol foi do volante Buglê, do Atlético, que marcou aos 2min do segundo tempo o gol da vitória da Seleção Mineira por 1 a 0 sobre o River Plate. Também foi inaugurada no dia a pista de atletismo, com uma prova de 1.500m, vencida pelo atleta Ronaldo, do Atlético.
No entanto, nem tudo foi festa e um problema que é apontado até os dias de hoje também ocorreu na época. O transporte coletivo, que era composto por 130 ônibus, não foi suficiente para levar os torcedores de volta para casa. Milhares de pessoas voltaram a pé para o Centro da cidade, formando o que, na época, o Estado de Minas descreveu como uma “verdadeira procissão na Avenida Antônio Carlos”. A renda divulgada naquele domingo de 82.792.625,00 cruzeiros, com 73.201 pagantes, ficou registrada como a oficial, mas, segundo o EM, faltava computar a venda nos postos da Loteria.
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